07/08/12 14h59

Montadoras esperam atingir produção recorde em agosto

Brasil Econômico

Último mês de IPI reduzido faz indústria automotiva alcançar média diária de 13,5 mil unidades neste mês; em julho, vendas cresceram 18,9% em comparação com o mesmo mês em 2011, diz Anfavea

O mês de agosto promete ser de produção recorde para as montadoras instaladas no Brasil, caso o ritmo nas linhas permaneça nos níveis de 13,5 mil carros por dia já alcançados no início do mês, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Como é o último mês de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), acreditamos em um aumento nas vendas e, consequentemente, da produção” , disse o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini. Em julho, as montadoras produziram 297,7 mil unidades, uma queda de 3,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Entretanto, o montante representa uma alta de 8,8% na comparação com junho.

“Estamos confiantes com a economia brasileira. E com isso a previsão de crescimento de 4% das vendas no país deverá se concretizar. Os números macroeconômicosnos fazem acreditar nisso, mesmo com a volta da alíquota cheia do IPI. Os juros em queda e a inadimplência estável nos garantem ummercado melhor no segundo semestre”, ressaltou Belini.

Segundo dados da Anfavea, foram emplacados 364,2 mil veículos em julho, uma alta de 18,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já no acumulado de janeiro a julho, as vendas foram de 2,08 milhõesde unidades, alta de 1,8% na comparação com 2011. O grande impulsionador do mercado foi o licenciamento de automóveis e comerciais leves. Veículos pesados, como caminhões seguem em tendência de queda, sem previsão de retomada dos negócios.

“A produção no seguimento de veículos pesados caiu cerca de 40% de janeiro a julho. É muito difícil de reverter essa curva ”, diz Belini. Até julho, foramcomercializados 81,3 mil caminhões ante 98,5 mil no mesmo período do ano passado. A estimativa é de que sejam vendidos 145 mil unidades neste ano.

Em 2011, foram comercializados 174 mil veículos pesados. Nem mesmo a queda já anunciada no segmento de caminhões poderá mudar as negociações das montadoras com o governo quando o assunto é incentivos. Segundo Belini, o setor tem aumentado o número de postos de trabalho neste ano. Em janeiro eram 124,7 mil  empregados na indústria e em julho esse número saltou para 127,7 mil vagas.

“O acordo que fizemos com o governo está ligado ao nível de emprego do setor. Não será uma situação pontual em uma de nossas associadas que mudará as regras”, disse Belini, referindo- se à GM. Hoje, funcionários da unidade de São José dos Campos (SP) da montadora decidem em assembleia se aceitam a proposta de suspensão temporária de trabalho de 940 funcionários até 30 de novembro.