14/12/09 11h28

Motorola amplia linha de produção no interior de SP

Valor Econômico

Parece reprise, mas é mais um passo da Motorola em sua expansão no Brasil além da telefonia móvel celular. A empresa começa este mês a produzir em sua fábrica em Jaguariúna rádios móveis digitais - os equipamentos de comunicação que vão dentro das viaturas policiais. Trata-se da nona linha de produtos instalada na unidade desde a sua criação, em 1996, e a quarta nos últimos 18 meses. O primeiro lote de rádios móveis, com 300 aparelhos, será entregue ao governo do Espírito Santo em janeiro.

Segundo Eduardo Stéfano, vice-presidente de mobilidade para governo e empresas da Motorola, a produção local, que já estava prevista no orçamento da fábrica para 2009, reduzirá pela metade o tempo de entrega dos produtos e em cerca de 35% o seu preço em dólar. No ano passado a Motorola iniciou a produção dos rádios de comunicação portáteis usados por policiais.

Em entrevista ao Valor em setembro, o coexecutivo-chefe da Motorola, Greg Brown, responsável pelos negócios de mobilidade para governo, empresas e redes domésticas, já tinha colocado a área de segurança pública como um dos principais alvos da companhia no Brasil, de olho nos investimentos que serão feitos para a realização da Copa do Mundo, em 2014, e da Olimpíada, em 2016. Na prática, a produção local de rádios móveis significa uma "blindagem" de um mercado no qual a Motorola já está presente em 16 Estados.

Como nenhum dos fornecedores desse tipo de equipamento tinha produção no Brasil até agora, as compras geralmente eram feitas na modalidade de licitação internacional, onde empresas de todo o mundo podem participar. Produzindo localmente, a Motorola abre a possibilidade para que essas compras passem a ser feitas olhando o mercado interno. Desta forma, se um fabricante estrangeiro quiser participar do certame, terá que pagar todos os impostos que incidem sobre o fabricante nacional, o que acaba fazendo seu produto ficar mais caro e dá à Motorola mais condições de sair vitoriosa. Stéfano acredita entretanto, que outros fabricantes também farão investimentos para produzir no Brasil, já que esta é a regra do jogo.