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Motorola mantém nível de exportações

Gazeta Mercantil - 09/09/2008

A baixa do dólar frente ao real atrapalhou, mas não impediu que a Motorola exportasse este ano o mesmo ou mais do que no passado. De janeiro a junho deste ano, a americana registrou embarques 3,59% superiores em dólar aos do mesmo período do ano passado, ou seja, US$ 654,5 milhões. "A tendência é aumentar a quantidade de aparelhos celulares para ampliar o montante", afirmou o presidente da unidade brasileira, Enrique Ussher. "A tecnologia sempre barateia, então a empresa procura lançar produtos novos, que incentivem a compra", disse. Em 2008, a Motorola deverá lançar de 30 a 35 novos telefones - 14 foram anunciados até junho. O dólar baixo reduz os ganhos dos embarques mas tem o efeito também de reduzir custos de importações de componentes. Os telefones produzidos em Jaguariúna (SP) têm mais de 80% de seu valor total em componentes importados. Ussher afirma que a empresa busca o equilíbrio entre os mercados externo e interno e se o dólar atingisse R$ 1,80 seria preferível. No Brasil, a mão-de-obra é mais cara que a chinesa, por isso é necessário haver uma busca incessante por economia com processos, para que não perder a competitividade. Embora o mercado internacional seja muito vigoroso, o ambiente doméstico também mantém seu vigor e estimula as exportações, uma vez que a escala resultante da soma dos dois segmentos amplia a escala e barateia o custo final. Depois de vender entre 40 milhões e 45 milhões de aparelhos em 2007, o País deve ampliar ainda mais as vendas internas pois as trocas são cada vez mais numerosas e crescem na mesma proporção que o mercado propriamente dito. Este ano, a Motorola continua suprindo os mercados de exportação e local. As duas líderes, Motorola e Nokia, permanecem à frente do mercado interno por 18 meses, oscilando entre o primeiro e segundo lugares por pequena diferença de pontos, entre 25% e 30%, conforme auditoria da Nielsen. Em termos de exportações, porém, a Nokia tomou outra orientação e reduziu seus embarques há alguns anos. No cômputo geral, a Motorola figura na 18 posição entre os exportadores brasileiros, sendo o primeiro da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) há muito tempo. As exportações são uma vocação para a fabricante de origem americana, mas o mercado interno continua desafiador. Embora se esperasse uma queda de novas vendas (para pessoas que não eram clientes), o mercado continua surpreendendo. Há expectativas da indústria de que os 20% de expansão dos últimos anos se mantenha em 2008, com vendas de 45 milhões a 50 milhões de aparelhos no total. A proporção de trocas em relação aos novos entrantes é que muda, passando a 60% o que até bem pouco tempo era 40%.