20/10/10 11h15

MRS libera vias para transporte de cargas

Valor Econômico

A concessionária de ferrovias MRS Logística, que opera 1,7 mil km de trilhos entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, está investindo R$ 230 milhões (US$ 135,3 milhões) em projetos que visam ampliar suas operações na Grande São Paulo e no acesso ao porto de Santos. Com isso, a empresa quer, num primeiro momento, triplicar a capacidade de transporte de cargas nessa região, para 24 milhões de toneladas e, no futuro, chegar até 56 milhões de toneladas. Na sexta-feira, a MRS firmou com a Companhia de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo (CPTM) um acordo para segregação de 12 quilômetros de vias ferras na Grande São Paulo. O trecho fica entre a localidade de Manoel Feio, em Itaquaquetuba, e Suzano, na região Leste da capital. Com a operação, nesse trajeto haverá linhas específicas para o tráfego de cargas e para o de passageiros. Hoje, com uma linha única, os trens de cargas não podem operar em horários de pico, reservados aos de passageiros, que já somam 2,2 milhões de pessoas e devem saltar para 3,7 milhões nos próximos anos. O início das obras está previsto para este ano, tão logo seja concedido o licenciamento ambiental, e o término, para meados de 2012, de acordo com informação das duas empresas. O investimento nessa obra, considerada primordial pela concessionária para acelerar seu tráfego na região, será todo bancado pela MRS e está avaliado em R$ 100 milhões (US$ 58,8 milhões). Essa operação, informa a empresa, vai permitir a interligação com sua linha que desce para o porto de Santos, onde está investindo mais R$ 130 milhões (US$ 76,5 milhões) em novas locomotivas de cremalheira para poder elevar o volume transportado na Baixada Santista. Um das cargas, que deverá crescer no futuro, é minério de ferro destinado à usina de aço da antiga Cosipa, em Cubatão, que hoje é uma unidade da Usiminas. Eduardo Parente, presidente da MRS, destaca que a segregação de linhas é parte da solução integrada da transposição de São Paulo, composta pelo Ferroanel. Esse projeto teve muita discussão nos últimos anos, envolvendo governos estadual e federal, e ainda continua no papel, esperando que um estudo definitivo aponte a melhor solução. Há duas propostas para a obra - a do Norte, entre Manoel Feio e Campo Limpo Paulista, de 66 km, e a do Sul, de 54 km. A primeira está avaliada em até R$ 2 bilhões (US$ 1,18 bilhão) de investimento e a segunda em mais de R$ 1,5 bilhão (US$ 882,4 milhões). Para ambas, a participação de recursos públicos no projeto é fundamental.