16/03/10 11h49

MWM aposta em novas tecnologias

Valor Econômico

Desenvolvimento de novas tecnologias e diversidade de portfólio são as principais armas da MWM International Motores, subsidiária brasileira da gigante Navistar, para manter a liderança no segmento de motores diesel no Mercosul e se beneficiar do potencial de crescimento do mercado de caminhões, veículos comerciais e máquinas agrícolas nos próximos anos. Em 2009, apesar do abalo estrutural sofrido pela indústria automobilística, a companhia garantiu faturamento líquido de US$ 850 milhões, acima do esperado porém abaixo da receita de US$ 1,1 bilhão um ano antes, amparada justamente por essa estratégia. Assim, até 2014, a MWM International vai direcionar boa parte dos US$ 345 milhões que planeja investir no país ao desenvolvimento de novos produtos, como o motor movido a biodiesel e etanol que deve começar a ser fornecido em 2012.

A oferta de combustíveis alternativos, conforme o diretor de vendas e marketing da companhia, Michael Ketterer, é ponto de partida da agenda de pesquisa e desenvolvimento. Além do motor que combina biodiesel e etanol, um propulsor movido a biodiesel B20 - com adição de 20% de biodiesel ao óleo diesel - e outro flex diesel - gás estão no foco dos testes e pesquisas. A MWM International produz motores para picapes, caminhões e máquinas agrícolas e também para geração de energia e outras aplicações especiais, de 3 litros até 9.3 litros.

Em paralelo aos aportes em pesquisa, que se justificam pelo interesse expresso por montadoras e pela matriz, a Navistar, líder mundial na fabricação de caminhões comerciais, e por exigências legais relativas à emissão de gases poluentes, a MWM International se prepara para voltar aos níveis de produção de dois anos atrás, o melhor resultado desde a compra da MWM pelo conglomerado americano. Embalada pela recuperação das vendas no país e retomada das exportações, a subsidiária brasileira poderá voltar à casa dos 140 mil motores produzidos por ano em 2011.

No ano passado, quando a produção nacional de caminhões recuou 26%, para 123,6 mil unidades, e a de chassis de ônibus caiu 22%, para 34,5 mil unidades, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a MWM produziu 112 mil motores, 20,6% menos do que as 141 mil unidades produzidas em 2008. O ritmo, contudo, ficou acima do inicialmente projetado e, ao fim do ano, a companhia acabou contratando mais 200 funcionários para as fábricas de São Paulo (SP) e Canoas (RS) - no pior momento da crise, a MWM não teve de demitir funcionários, mas reduziu a jornada nas fábricas por três meses.

Em 2010, a MWM planeja produzir 130 mil motores, com manutenção das exportações em aproximadamente 20% dos negócios. Essa fatia deve subir a 30% a partir do fim de 2011, época em que passará a fornecer 25 mil motores por ano para dois novos modelos da Daewoo Bus, que serão comercializados na Coreia do Sul. Apesar da expectativa otimista, o executivo evita traçar estimativas para os resultados financeiros. Em 2006, a MWM havia anunciado a meta de atingir faturamento líquido de US$ 1 bilhão em 2010, o que acabou ocorrendo dois anos antes, em 2008. Esse foi o melhor ano da história da companhia em termos de produção nacional de caminhões e chassis de ônibus.