02/07/15 14h21

MWV e Rock-Tenn concluem fusão e Brasil é destaque

Valor Econômico

As americanas MeadWestvaco (MWV) Corporation e Rock-Tenn Company concluíram ontem o processo de fusão em uma nova empresa, batizada WestRock Company, que nasce com receita anual de US$ 15 bilhões e ocupa a segunda posição do ranking de maiores fabricantes de embalagens dos Estados Unidos, atrás da International Paper (IP). No Brasil, a WestRock nasce vice-líder em embalagens de papelão ondulado, depois da líder Klabin e à frente da concorrente americana IP.

A nova companhia se comprometeu a investir entre US$ 700 milhões e US$ 900 milhões em áreas identificadas como potenciais para crescimento adicional e o Brasil "certamente está na lista de países" avaliados, de acordo com o presidente da WestRock no país, Tony Mollica. Por aqui, a fusão marca a chegada da Rock-Tenn ao mercado doméstico por meio das operações existentes da MWV Rigesa.

Após investimento de mais de R$ 1 bilhão nos últimos anos no país, a companhia está, neste momento, concluindo a implantação de uma nova onduladeira na fábrica de Pacajus (PE), com aporte de R$ 21 milhões, e está aplicando US$ 10,5 milhões ne expansão da caldeira de recuperação da fábrica de Três Barras (SC), que possibilitará maior capacidade de produção de celulose e de papel kraft.

Em entrevista ao Valor, Mollica afirmou que, apesar do momento de crise econômica enfrentado pelo Brasil, a WestRock segue bastante otimista em relação ao desenvolvimento das operações no país, especialmente por conta do portfólio da companhia - focado em "soluções diferenciadas" e não em commodities - e da possibilidade de exportação de papel kraft caso a demanda brasileira não seja capaz de absorver a produção local.

"Fizemos um grande investimento na fábrica de papel em 2012 e temos capacidade de exportá-lo se o negócio integrado [de embalagens] não for bem", disse o executivo. Os dados mais recentes da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) indicam que as expedições desse tipo de papel mantiveram trajetória descendente em maio, com queda acumulada no ano de 2,16%, para 1,361 milhão de toneladas.

Conforme Mollica, além disso, há um esforço contínuo para redução de custos e aumento de produtividade, que permitem à WestRock fazer frente a esse cenário macroeconômico. "A companhia tem muito sucesso no Brasil. Já passamos por outros momentos difíceis e temos uma estratégia para lidar com a situação", ressaltou.

A WestRock conta com 105 fábricas de papelão ondulado e 35 fábricas de papel, com presença em 30 países. Antes da combinação de ativos, Brasil e Índia representam as únicas operações de papelão ondulado da MWV Corporation. A partir da fusão, mais de 50% das vendas da nova companhia serão provenientes de papelão ondulado.