26/06/08 11h08

Na área de inovação, sobram recursos e faltam projetos

Valor Econômico - 26/06/2008

Neste ano, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) conta com R$ 450 milhões (US$ 276,1 milhões) em caixa para apoiar projetos considerados inovadores. O principal apelo desse programa é que ele oferece financiamentos não-reembolsáveis, isto é, as empresas contempladas não têm que devolver o dinheiro recebido. No ano passado, o pacote também atingiu a casa dos R$ 450 milhões (US$ 276,1 milhões), mas no fim do processo apenas R$ 300 milhões (US$ 184,1 milhões) foram aplicados. O programa atual de financiamento não-reembolsável da Finep estabelece que o valor mínimo de investimento é de R$ 1 milhão (US$ 613,5 mil), com prazo de execução de 36 meses. Uma nova iniciativa, porém, está pronta para atender negócios em fase realmente inicial de operação. Hoje, em Brasília, a entidade vai apresentar o Prime, programa que prevê o investimento de R$ 1,3 bilhão (US$ 797,5 milhões) nos próximos quatro anos em empresas nascentes de base tecnológica. O Prime prevê que o valor total do financiamento será de R$ 240 mil (US$ 147,2 mil) por empresa, liberados em duas parcelas, no prazo de 24 meses. A primeira parcela, de R$ 120 mil (US$ 73,6 mil), é não-reembolsável. Na segunda parcela, o empresário tem 100 meses para devolver o empréstimo, a juro zero. Os projetos serão selecionados por 18 incubadoras espalhadas pelo país, incluindo entidades como o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar-PE), o Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec-SP) e o Centro Incubador de Aracaju (Cise-SE). Com o Prime, a meta é que 5 mil empresas sejam beneficiadas até 2011. A Finep, que é um braço de apoio à pesquisa ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), não é a única fonte de recursos não-reembolsáveis. O BNDES, que no ano passado ofertou R$ 100 milhões (US$ 51,8 milhões) por meio do Fundo Tecnológico (Funtec), também renovou seu programa para este ano e agora tem R$ 400 milhões (US$ 245,4 milhões) em caixa para investimento a fundo perdido. Isso significa que, somadas apenas as iniciativas da Finep e do BNDES - sem incluir programas de agências de fomento à pesquisa como Fapesp e CNPq - existe mais de R$ 1 bilhão (US$ 613,5 milhões) em recursos disponíveis para apoiar projetos de inovação tecnológica, sem a necessidade de devolução do dinheiro.