27/11/09 12h13

Natal deve ser o melhor da década

O Estado de S. Paulo

O Natal deste ano será o maior da década. O faturamento real do comércio em dezembro deste ano, já descontada a inflação, deve atingir R$ 91,9 bilhões (US$ 53,4 bilhões), segundo projeções da MB Associados feitas com base na Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O acréscimo de vendas esperado para dezembro, comparado com o mesmo mês de 2008, é de R$ 10,4 bilhões (US$ 6 bilhões). É uma cifra dez vezes maior que a expansão na receita das lojas registrada em dezembro do ano passado, que foi de apenas R$ 978 milhões (US$ 534,4 milhões)  em relação ao ano anterior.

Benefícios fiscais, como isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para vários setores, como automóveis, geladeiras, máquinas de lavar, materiais de construção e, agora, móveis, combinados com aumento do salário do funcionalismo público, do Bolsa-Família e a política monetária mais frouxa, sustentam o maior Natal da década, explica o economista-chefe da consultoria e responsável pela projeção, Sergio Vale. "Mas o fator preponderante para a ampliação do consumo de Natal é a política fiscal", ressalta o economista. "Vai vender tudo neste Natal", prevê o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri. Isso significa que, depois de vários Natais da "lembrancinha", este poderá ser também o Natal dos presentes de maior valor.

O otimismo do comércio não se restringe aos itens beneficiados pela queda do IPI e pelas condições facilitadas de pagamento. Por causa do aumento da renda e do emprego, alimentos e bebidas estão na lista dos produtos que vão ter um grande crescimento de vendas neste fim de ano.

De acordo com Vale, da MB, o aquecimento do consumo, iniciado em meados deste ano, deverá atingir o pico no segundo semestre de 2010. Ele projeta que, em agosto do ano que vem, o acréscimo no faturamento do varejo acumulado em 12 meses será de R$ 103 bilhões (US$ 59,9 bilhões), voltando ao topo atingido em meados de 2008. Para o economista, esse movimento poderá despertar a inflação mais cedo do que se imaginava.