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Negócios da terceira idade

Gazeta Mercantil – 15/08/2008

O aumento da expectativa de vida no Brasil criou um nicho de mercado ainda pouco explorado no País. Em outras nações, empresas de diversos segmentos já exploram o público da terceira idade. Nos Estados Unidos, por exemplo, convênios médicos, indústrias farmacêuticas, serviços financeiros e turismo investem nos idosos, já que 80% do faturamento das agências norte-americanas provém da terceira idade. De olho nesse mercado, empresas de tecnologia, como a sul-coreana LG, lançaram celulares com teclas maiores e fluorescentes, som mais altos e recursos como a medição dos níveis de glicose e pressão arterial embutidos no aparelho. No entanto, para a presidente do centro de vivência e desenvolvimento para idosos Hiléa, Cristiane D'Andréa, os investimentos para o público da terceira idade ainda são incipientes. "O fenômeno do envelhecimento mundial é percebido há algumas décadas, mas, economicamente falando, a resposta foi muito lenta". Segundo ela, um exemplo disso é o pouco conhecimento deste grupo. "Muitas empresas consideram o segmento de acima de 60 anos como um bloco só, sendo que há grandes diferenças de comportamento e, portanto, de consumo, nas faixas etárias acima de 50 anos". De acordo com Cristiane, há empresas que estão respondendo mais rápido a essa demanda, como a de serviços bancários, crédito, aparelhos de telefonia e cosméticos. A presidente do Hiléa garante também que o retorno é promissor, pois recentemente foi notado o enorme poder aquisitivo deste grupo. "O grande avanço é considerá-lo um segmento e, portanto, passível de ser consagrado como mercado consumidor". Ela conta que os países europeus e o Japão são os que mais investem nessas pessoas. "Na Alemanha já existem supermercados específicos para idosos, com etiquetas de preços com caracteres grandes e produtos colocados à altura das mãos. Na Inglaterra, os anunciantes utilizam ícones de beleza de épocas anteriores como Twiggy, que chama mais a atenção do público do que top models atuais, que pouco significam na história de vida destas pessoas".