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Nem açúcar nem álcool. Investidor busca alternativas

O Estado de S. Paulo - 11/03/2007

Nem só para fabricar cachaça, açúcar e álcool serve a cana-de-açúcar. A partir do melaço, vinhaça e bagaço, subprodutos da cana, é possível produzir desde energia elétrica a nutrientes para alimentação do homem e animais e componentes da indústria química e agrícola. É possível, por exemplo, fabricar salgadinhos, rações, remédios, xampus, sabonetes, sorvetes, papel, madeira de aglomerado, palmitos, inseticidas, vodca, licores e até potinhos de iogurte e de margarina, canetas, telefones e uma infinidade de objetos de plástico biodegradável. Houve até quem retirou diamante da cana, como o engenheiro Viktor Baranauskas, de Campinas (SP). Por isso, cada vez mais empresas brasileiras e estrangeiras aumentam os investimentos no País atrás de outros produtos além do etanol e do açúcar. Desde 97, a  gigante japonesa Ajinomoto já investiu US$ 150 milhões em duas unidades, em Valparaíso e Pederneiras, no interior de São Paulo, para fabricar até 130 mil toneladas por ano de lisina, aminoácido que serve para balancear rações de animais, sobretudo aves e suínos. A Zillor é outra empresa brasileira que apostou no mercado de levedura e investiu US$ 25 milhões na criação da Biorigin, empresa que vai produzir 18 mil toneladas/ano de levedura para exportação. A Biorigin ainda vai receber mais US$ 20 milhões para aumentar sua produção, em Lençóis Paulista (SP). Na região de Ribeirão Preto, as usinas descobriram há muitos anos as outras utilidades da cana. Na safra deste ano, as grandes novidades serão lançadas pela Usina São Francisco, de Sertãozinho, que vai produzir uma cera para fabricar cápsulas de medicamentos e um açúcar que não usa mistura química para se tornar branco. Dois grupos tradicionais de usineiros da região - Irmãos Balbo e Irmãos Biagi - investiram US$ 40 milhões para montar a PHB Industrial Ltda., que fabrica o plástico biodegradável, chamado de PHB (polihidroxibutirato).