21/07/09 09h53

Netafim pretende dobrar de tamanho no Brasil

Valor Econômico

Passando por baixo da terra e do asfalto para chegar a canteiros públicos, às margens de estradas e plantações, canos de irrigação conectam as mais diversas áreas do território de Israel. A tecnologia que garante uma paisagem verde mesmo em época de seca no território israelense foi desenvolvida há 44 anos em um kibutz, comunidade agrícola típica do país, e patenteada pela empresa Netafim. Hoje a técnica é uma das bases para o uso racionalizado da água no país, que conta com poucas fontes naturais disponíveis do recurso e irriga 98% da sua agricultura.

A Netafim fabrica seus produtos no Brasil há nove anos e, na contramão do mercado, prevê crescimento de 15% das vendas em 2009. É uma alta menor que a do ano passado, quando a receita foi 40% maior que em 2007, atingindo US$ 40 milhões. O desempenho é, porém, bem superior ao esperado para o setor no país, que prevê queda de até 30%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

"Em cinco anos acreditamos que é possível dobrar nosso mercado no Brasil", diz Marcelo Baratella, gerente de marketing da Netafim Brasil. A expectativa é aumentar sua participação na cultura de cana-de-açúcar, que hoje representa apenas 10% dos negócios da empresa no país. "É um mercado que tem crescido mais nos últimos três anos por conta do biocombustível", diz Baratella. A empresa, que tem fábrica em Ribeirão Preto (SP), também está de olho em projetos públicos de irrigação no Nordeste, como o caso da Parceria Público-Privada (PPP) de irrigação do Pontal, no município pernambucano de Petrolina. Em 2008, o crescimento de 40% da empresa em território brasileiro foi maior que no mundo, onde as vendas aumentaram 19%, chegando a US$ 650 milhões. Os principais mercados em que a Netafim atua no Brasil são os de café (35%) e frutas cítricas (35%).