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Nivea bate à sua porta e reformula produtos

Valor Econômico - 28/08/2008

Você está em casa e, de repente, toca a campainha. É Nicolas Fischer, presidente da BDF Nivea no Brasil. Ele visita casas de consumidoras no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. O executivo alemão se apresenta como pesquisador de uma empresa internacional. "Fazemos essas visitas para saber o que a consumidora acha da Nivea, dos concorrentes e dos produtos cosméticos em geral", diz. Sua meta é visitar de 10 a 15 casas todos os anos. No relatório de resultado da Beiersdorf, a dona da marca, o Brasil é citado como um dos países onde a empresa teve grande crescimento no primeiro semestre de 2008. Mesmo excluído o efeito da valorização do real sobre o dólar, as vendas líquidas no país cresceram 25,3% na comparação com igual período de 2007. No Brasil, os produtos que mais puxaram as vendas nacionalmente foram os sabonetes, os desodorantes e, principalmente, as loções para o corpo. É aí que está o pulo do gato da Nivea. Boa parte dessas loções foi reformulada para atender o gosto da consumidora brasileira. "Muitas diziam que adoravam a loção, mas que gostariam que o perfume fosse um pouco mais forte para que fosse sentido suavemente ao longo do dia", diz Fischer. Sendo assim, a Nivea incrementou o produto e também está lançando outras versões, como o com aroma de romã. "Inovamos, em média, um terço de todo nosso mix, que tem cerca de 150 itens", diz o presidente. Boa parte dessas inovações tem o peso do gosto e dos costumes das brasileiras, verificado pela Nivea nas visitas feitas aos lares ou em pesquisas de mercado. Na onda de se aproximar cada vez mais do que a brasileira quer, a Nivea está entrando agora em um setor em que nunca esteve, nem em outros países: o de sabonetes líquidos íntimos para o público feminino. Mesmo com tanta novidade e grande foco no gosto da consumidora, a Nivea mantém em seu portfólio um produto com quase 100 anos: o creme Nivea da latinha. Só no Brasil, a latinha está no mercado há 96 anos e continua entre os dez mais vendidos da empresa. "Nunca vamos deixar de ter a latinha. Ela traz para o consumidor uma experiência ligada ao passado, à família e à juventude ou infância. Isso fortalece nossa marca."