19/03/09 16h16

No país, aquisição poderia acelerar planos de investimento

Valor Econômico - 19/03/2009

A possível união da Sun Microsystems e da IBM fortaleceria as operações dessas companhias de formas distintas no Brasil. Para a Sun, a aquisição resolveria uma pendência antiga da empresa, que é a de não contar com uma unidade fabril no país. Presente no Brasil desde 1991, a Sun é a única entre seus grandes concorrentes - empresas como Dell, EMC e Hewlett-Packard (HP) - que ainda não tem produção na América Latina. Como a IBM fabrica vários tipos de equipamento no país, haveria a possibilidade de incluir a de servidores. Em recente entrevista ao Valor, Jonathan Schwartz, executivo-chefe da companhia, afirmou que a empresa tem avaliado a possibilidade de montar equipamentos no país e que mantém conversas com o governo para isso. Com 600 funcionários no país, hoje a Sun tem boa parte de seus negócios apoiado por revendas especializadas em serviços. Com a IBM, a subsidiária passaria a fazer parte de um time de 18 mil profissionais no país. Para a IBM, o ganho seria mais estratégico que operacional. A aquisição da Sun pode ajudar a "Big Blue" a turbinar sua investida na esfera do software livre. O Brasil é hoje o maior celeiro do mundo de desenvolvedores de sistemas baseados em Java, linguagem de computação da Sun que hoje impera na internet. O maior ganho da Big Blue, porém, viria do mercado de servidores, os computadores de grande porte usados por empresas. A Sun, que nos últimos anos decidiu abrir os códigos de seus principais programas - entre eles o sistema operacional Solaris, usado em servidores -, tem forte presença na área de telecomunicações no Brasil, uma das indústrias que mais compram tecnologia no país. A IBM, por outro lado, domina boa parte do setor financeiro, maior consumidor nacional de informática. A união das operações manteria a IBM no topo da lista do mercado de servidores no país. Segundo a empresa de pesquisas Gartner, a companhia foi a líder do setor em receita em 2007, seguida pela HP e pela Dell. Em unidades vendidas, a liderança foi da Dell, à frente de IBM e HP. Em 2007, o mercado brasileiro de servidores movimentou US$ 982 milhões, o que representou 42,3% do setor na América Latina. O crescimento projetado para o ano passado era de 16,8%.