23/08/07 10h46

No pior cenário, país cresce 4%, diz BNDES

Folha de S. Paulo - 23/08/2007

Em mais uma ofensiva do governo para tentar minimizar os impactos que a turbulência financeira internacional poderá ter no Brasil, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse ontem, para uma platéia de empresários, que, no pior dos cenários, o crescimento da economia brasileira cairá apenas um ponto percentual -dos 5% ao ano projetados para 4%. Segundo Coutinho, o "teste de tensão" ao qual a economia brasileira está sendo submetida por causa dos problemas originados no mercado imobiliário norte-americano "não tem sido suficiente para desarrumar a confiança do empresariado" nacional. Citando a demanda interna e os investimentos planejados pelo governo no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em infra-estrutura como pilares do desenvolvimento econômico do Brasil, o presidente do BNDES traçou um cenário cor-de-rosa para o país. No entanto, na avaliação de empresários presentes, a crise internacional deverá gerar atrasos em investimentos programados, sobretudo nos setores que direcionam sua produção para o mercado externo. No discurso aos empresários, que durou meia hora, Coutinho usou projeções para taxa de investimento nos próximos anos e dados de desembolsos e contratações do BNDES nos últimos 12 meses para sustentar sua tese otimista quanto ao futuro da economia nacional. Pelos seus cálculos, a taxa de investimento produtivo medida pela formação bruta de capital fixo, que deverá encerrar este ano em 17,6% do PIB (Produto Interno Bruto), chegará a 19,3% no final do ano que vem e a 21,1% do PIB em 2009. "Ainda que essa projeção não se confirme, o ritmo de crescimento da taxa de investimento será, pelo menos, duas vezes maior do que o crescimento esperado para o PIB". E isso, disse, porque as empresas brasileiras estão com capital para aumentar as plantas produtivas.