16/12/10 11h10

Noble Group paga US$ 1 bilhão por usinas da Cerradinho em São Paulo

O Estado de S. Paulo

Foi fechado na madrugada de quarta-feira um acordo para a venda da operação de São Paulo da empresa de açúcar e álcool Cerradinho para o Noble Group, um dos maiores negociantes de commodities do mundo, com sede em Hong Kong. O valor do negócio, entre aporte de dinheiro e assunção de dívida, ficou em quase US$ 1 bilhão. Procuradas pelo Estado, as empresas não se manifestaram.

Oficialmente, o acordo ainda precisa passar pela aprovação dos conselhos de administração tanto da Noble como da Cerradinho, o que deve acontecer no início da próxima semana. A chance de o negócio não ser aprovado nessas reuniões, porém, é pequena. O conselho da Cerradinho é formado, basicamente, por integrantes da família Fernandes, os controladores da empresa que já assinaram o acordo com a Noble. No caso da companhia de Hong Kong, um dos comitês do conselho já deu sua aprovação preliminar. Na tarde de ontem, executivos da Cerradinho entraram em contato com os credores da empresa para comunicar o desfecho do negócio.

De acordo com o que foi acertado, o Noble Group ficará com duas usinas em São Paulo, nos municípios de Catanduva e Potirendaba. A capacidade de moagem conjunta é de 8 milhões de toneladas de cana de açúcar por ano. As unidades também utilizam o bagaço de cana em um processo de cogeração de energia. A usina Porto das Águas, no município de Chapadão do Céu, em Goiás, com capacidade de moagem de 3,3 milhões de toneladas por ano, continuará sob o controle dos Fernandes. As terras onde estão as plantações de cana que abastecem as usinas de São Paulo também continuam como propriedade da família.

Em 2007, 0 Noble Group escolheu o Brasil como destino prioritário de recursos. Com receita superior a US$ 30 bilhões, o grupo tem diversificado sua atuação no País por meio de investimentos nas áreas de combustíveis e logística. Em outubro, a companhia inaugurou um terminal de exportação de açúcar e grãos no Porto de Santos. Entre os investimentos do grupo no País estão usinas de álcool em São Paulo, uma processadora de café em Minas Gerais e armazéns nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul. A empresa atualmente constrói uma esmagadora de soja para produção de biodiesel em Mato Grosso, que deverá entrar em operação em 2012.