03/07/09 14h20

Novaer estreia no mercado de olho no potencial da FAB

DCI

A indústria aeronáutica mundial tem desde ontem um novo nicho de mercado atendido por um produto brasileiro. A Novaer Craft apresentou pela primeira vez o protótipo com o qual pretende disputar um mercado de US$ 900 milhões, o de aeronaves de treinamento primário, com o objetivo de conquistar 5% de participação em apenas dois anos, cerca de US$ 50 milhões ao ano. Porém, o primeiro passo estabelecido pela nova empresa é de fornecer aeronaves novas para substituir cerca de 80 unidades do T-25 na Força Aérea Brasileira (FAB) que estão em serviço há 40 anos. Segundo um dos sócios da empresa, Luiz Paulo Junqueira, os modelos de aeronaves que a Novaer irá produzir não têm concorrentes. A terceira maior empresa aeronáutica do mundo e que poderia impor alguma dificuldade à novata, a Embraer, não atua nesse nicho.

A Novaer é o resultado da junção de três empresas brasileiras que fornecem peças e equipamentos a diversas fabricantes mundiais, inclusive à Embraer. São elas a Geômetra BTE, a Winstall e a Flight Technologies, que fornece sistemas aviônicos. As primeiras duas aeronaves da nova empresa são o T-Xc e o U-Xc, cujo projetista é o mesmo do Tucano e do T-25. O investimento inicial no desenvolvimento do protótipo foi de US$ 3 milhões e a empresa prevê ainda o aporte de outros US$ 22 milhões para concluir o processo de certificação e iniciar a produção em série da aeronave. A fonte de recursos será a Finep, de caixa próprio e não descarta a abertura de capital. Por enquanto o local da fábrica, que terá capacidade de produzir 118 aviões, ainda não foi definido. Apesar disso, o objetivo da empresa é de começar a entregar as primeiras aeronaves 33 meses após a certificação junto à Anac. Por enquanto, os modelos atuais foram fabricados em São José dos Campos e já passaram por cerca de 200 horas de voo para testes de ensaio.