01/06/21 11h51

Número de startups que atua no setor agropecuário dispara no Brasil

IPESI

No Brasil, mais de uma startup foi criada por dia em 2020, mesmo durante a pandemia da Covid 19. Essa e outras informações fazem parte do Radar Agtech Brasil edição 2020-2021, lançado dia 28 de maio em evento virtual. O radar é um mapeamento de startups brasileiras que atuam no setor agropecuário – as chamadas agtechs – e que foram analisadas nos últimos meses quanto a sua distribuição geográfica, websites e contatos, segmento de atuação e categoria (antes, dentro e depois da fazenda), resultando na identificação de 1.574 agtechs. 

O estudo foi realizado pela Embrapa em parceria com a SP Ventures e a Homo Ludens Research and Consulting e com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e mostra que o número de empreendimentos ativos no país aumentou em 40% se comparado ao ano de 2019. 

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, comemorou esse crescimento e destacou a contribuição da pesquisa agropecuária e da inovação para o resultado. Durante o lançamento, Moretti também ressaltou que o Radar 2020-2021 demonstra claramente a inserção crescente das startups no agro brasileiro e, “por isso, a importância dessa parceria das agtechs com as instituições de pesquisa, universidades e setor produtivo, e podemos avançar ainda mais nessa interação, contribuindo com mais desenvolvimento, competitividade e maior sustentabilidade para o agro brasileiro”. 

“Os números apresentados no Radar não nos surpreendem, devido a pujança empreendedora do setor agro brasileiro nos últimos anos. E mesmo em um momento de enormes desafios e de crise econômica, como em 2020, o período foi muito fértil no País para o empreendedorismo e a inovação, mostrando que é possível manter nosso protagonismo para as próximas décadas”, afirma Francisco Jardim, sócio fundador da SP Ventures. 

Luiz Ojima Sakuda, sócio da Homo Ludens e um dos coordenadores do estudo, explicou que o Radar Agtech Brasil é um instrumento de tomada de decisões para apoiar gestores de políticas públicas, pesquisadores, empreendedores e investidores. “Nesta edição evoluímos nos métodos, fontes de informação e nas parcerias estabelecidas e desejamos ter cada vez mais parceiros para avançar nessa pesquisa”, reforçou Sakuda. 

A nova edição do Radar Agtech Brasil aperfeiçoou seus métodos e buscou mais fontes de dados, o que permitiu acompanhar a evolução do ecossistema de inovação no último biênio e obter, com maior precisão, o detalhamento das atividades de investimento em agtechs. O estudo também identificou o cenário de investimentos feitos nesse setor, e as 78 instituições que apoiaram com incubação, aceleração ou investimento, proporcionando aportes financeiros e/ou de gestão para 223 empresas de base tecnológica que atuam no Agro brasileiro. 

PERFIL – Das 1.574 agtechs validadas, analisadas e classificadas no estudo, 199 startups desenvolvem soluções digitais para atender demandas das cadeias produtivas na etapa antes da fazenda, 657 desenvolvem inovações para dentro da fazenda e 718 trabalham com tecnologias para a fase depois da fazenda. 

A maioria dessas startups atua nas seguintes áreas: alimentos inovadores e novas tendências alimentares (substituição de ingredientes e alimentos mais nutritivos), sistemas para a gestão da propriedade rural (plataformas on-line, dispositivos de gestão), plataformas integradoras de sistemas e soluções de dados, marketplace e plataforma de venda de produtos agropecuários, drones e máquinas, sensoriamento remoto e monitoramento de imagens. 

O setor de foodtechs, por exemplo, tem grande destaque para o empreendedorismo agropecuário, principalmente na categoria Alimentos inovadores e novas tendências alimentares, que representa quase 20% do total de startups mapeadas, “e tem muito empreendedor criando negócios nessa categoria, mas ainda é um campo difícil de conseguir investimento. O que tem atraído mais investidores são as agrofintechs e categorias de equipamentos, como drones”, como explica Murilo Vallota da SP Ventures. 

O relatório aponta também a distribuição das startups por região, sendo que a maioria, 48%, está localizada na região Sudeste (983); seguido do Sul (397); Centro-Oeste (94); Nordeste (72) e, por fim, região Norte (26). 

Esse panorama da distribuição setorial e geográfica indica que o fortalecimento do ecossistema das agtechs é baseado na consolidação dos principais centros de inovação como polos de startups, mas o estudo também identificou a migração dessas startups outras regiões, com destaques para o Centro-Oeste e Nordeste, além da presença de agtechs em quase todas as cidades do país. 

fonte: https://ipesi.com.br/numero-de-startups-que-atua-no-setor-agropecuario-dispara-no-brasil/