31/03/09 10h08

Nutrin investe na área comercial para crescer 18%

Valor Econômico - 31/03/2009

Apesar de faturar menos do que o previsto no ano passado, por conta do novo cenário econômico, a empresa de refeições coletivas Nutrin espera crescer 18% em 2009. "A crise maior para nós foi a do começo de 2008", diz Aderbal Nogueira, diretor-geral da companhia, referindo-se ao impacto da alta das cotações das commodities agrícolas sobre os custos do setor. Com cerca de 250 clientes, a Nutrin faturou R$ 115 milhões (US$ 62.8 milhões) em 2008, 15% mais do que em 2007. A meta inicial, no entanto, era atingir R$ 120 milhões (US$ 65.6 milhões). A diferença, segundo Nogueira, foi reflexo das demissões do último trimestre, principalmente no setor automotivo, que representa 12% da carteira da Nutrin. Mas o desempenho de fevereiro e de março ajuda a reforçar a perspectiva de que o pior já passou.

De olho na contenção de custos, as companhias estão fazendo mais tomadas de preços de serviços. E é nessa hora que Nogueira crê que pode levar vantagem sobre as grandes do setor, por ter um custo administrativo menor. Para atender essa demanda, a empresa planeja lançar, em abril, um produto mais barato - "que ofereça um excelente arroz, feijão e bife, sem muito glamour", diz. Além disso, está reforçando a área comercial. A Nutrin, que tem sede em Americana (SP), abrirá escritórios regionais em São Paulo, no Rio e em Uberlândia (MG). Também terá um funcionário específico para atender Norte e Nordeste, regiões em que ainda não está presente (com exceção da Bahia) e vê boas oportunidades.

Para dar suporte ao crescimento que prevê para o ano, ele estima que deverá contratar 350 funcionários. Nogueira afirma que está negociando um empréstimo de R$ 10 milhões (US$ 4.35 milhões) do BNDES, para financiar a expansão. Metade do dinheiro será destinada a investimentos (em logística, tecnologia e áreas comercial e operacional) e a outra metade, para capital de giro. Ainda dentro dos planos de ampliação das atividades, ele conta que estão perto do fim as negociações que vem mantendo para assumir a carteira de uma concorrente de menor porte em Minas Gerais.