07/12/09 11h37

OCDE corteja países emergentes

O Estado de S. Paulo

A agenda do mexicano Angel Gurría, secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), há algumas semanas, incluía encontros com representantes da China, da América Latina (incluindo o Brasil) e da Índia. Nada incomum para o dirigente de uma organização internacional, não fosse um pequeno detalhe: esses países não são membros da OCDE.

A OCDE corteja Brasil, China, Índia, África do Sul e Indonésia para se tornarem países-membros. A instituição quer se livrar do rótulo de "clube de nações ricas" e atrair os emergentes.

O objetivo da OCDE é não perder importância política e econômica com o crescimento dos gigantes emergentes. A organização também quer se aproximar do G-20, que virou o principal fórum de discussão da crise global. A OCDE é uma espécie de conselheira do G-8 (grupo dos 7 países mais ricos do mundo mais a Rússia), mas assistiu ao esvaziamento do seu papel com a emergência do G-20.

Criada em 1961, a organização possui 30 membros, como Estados Unidos, Japão e os países europeus, e representa 61,3% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Alguns países em desenvolvimento já fazem parte, como Turquia e México. É dado como certo na entidade que o Chile será aceito como membro até o final do ano.

"Hoje, países como Brasil, China e Índia têm de fazer parte de qualquer solução para as questões globais", disse Gurría. O secretário-geral afirmou que a entidade não vai insistir para que esses países se tornem membros, já que é uma decisão política dos governos, mas vai trabalhar ativamente nas regiões. Segundo ele, a OCDE planeja, em breve, ter escritórios próprios nesses países.

Entre as vantagens de fazer parte da OCDE está o acesso a trabalhos técnicos, feitos por mais de 200 especialistas. A organização é famosa por publicações que comparam o desempenho dos países em áreas como tributação, corrupção, meio ambiente ou emprego. Também colabora para uma melhor percepção dos mercados sobre os países, o que reduz o custos dos empréstimos para as empresas.