31/08/09 10h25

Odebrecht e grupo de Dubai compram 51% da Embraport

Valor Econômico

O braço de investimentos da construtora Odebrecht fecha oficialmente hoje, em sociedade com a operadora portuária Dubai Ports World (DPW), a compra do controle da Embraport, empresa responsável por um dos maiores terminais multiuso do país, em construção na margem esquerda do porto de Santos. Os novos sócios adquiriram juntos 51,5% da participação do empreendimento. Não informaram o valor do negócio, mas apenas a obra tem custo estimado em R$ 1 bilhão (US$ 540,5 milhões). A trading Coimex, inicialmente dona de 100% do negócio, ficará agora com 15,27%. Os outros 33,33% foram vendidos no fim do ano passado ao Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), por R$ 450 milhões (US$ 246 milhões).

A Odebrecht já é responsável pela construção do terminal, que anda a passo lento desde 2008, mas deve se acelerar com a chegada dos novos sócios. A primeira fase de operação do terminal estava prevista para 2011, mas deverá ficar pronta no fim de 2012, quando terá capacidade para movimentar 1 milhão de contêineres ao ano. Na segunda fase, em que o terminal estará plenamente operacional - o que está previsto para 2014 -, ele terá capacidade para 1,5 milhão de contêineres e 2 bilhões de litros de álcool.

Felipe Jens, responsável pela área de investimentos em infraestrutura da Odebrecht, afirma que começou a avaliar o negócio quando a Coimex colocou sua participação à venda, entre junho e julho deste ano. Além de conhecerem o empreendimento, contou na decisão o fato de a Odebrecht ter operações que podem aproveitar o novo terminal para exportar, como a Braskem e a ETH, empresa de produção de álcool lançada há dois anos. Ela deverá ter até 2015 capacidade para processar 45 milhões de toneladas de cana, e produzir mais de 3 milhões de litros de etanol. Os sócios do empreendimento deverão colocar R$ 350 milhões (US$ 189,2 milhões) de capital próprio na obra do terminal, e outros R$ 650 milhões (US$ 351,4 milhões) deverão vir de uma linha de project finance em negociação com BID e BNDES.