11/03/10 11h05

Osram aposta nas lâmpadas verdes para crescer no país

Valor Econômico

A Osram, divisão de iluminação do grupo Siemens, pretende crescer acima de dois dígitos no Brasil em 2010, em torno de 12%, mercado considerado estratégico para a multinacional alemã. A expansão no país virá, como já ocorre nos países da União Europeia, com a substituição das tradicionais lâmpadas incandescentes pelas chamadas tecnologias "verdes", mais econômicas: as lâmpadas fluorescentes e as de nova geração, conhecidas como diodos emissores de luz (ou led, em inglês). O mercado global de iluminação movimenta cerca de € 22 bilhões (dados de 2008). A expectativa é de que as vendas de lâmpadas led, de nova geração, atinjam € 12,6 bilhões em 2012, ante os € 4,6 bilhões em 2008, quando foi tomada a decisão na UE.

As lâmpadas fluorescentes são mais eficientes que as incandescentes e chegam a ter vida útil acima de dez mil horas de uso, podendo chegar a 20 mil horas, comparado com a durabilidade de cerca de mil horas das incandescentes. Além disso, geram uma economia de 80% sobre as tradicionais. As de led duram cerca de 25 mil horas e são 25% mais eficientes que as fluorescentes, informa a empresa. As opções fluorescentes custam 4 vezes mais que as tradicionais, enquanto as de led são até 20 vezes mais caras que as convencionais.

Com faturamento global em torno de € 4 bilhões, os países emergentes respondem por 32% da receita do grupo. Com a crise financeira global, o grupo decidiu reposicionar sua estratégia para os países emergentes. O Brasil, neste contexto, é visto com líder na América Latina. No país, a produção da Osram fica concentrada na fábrica do grupo, instalada em Osasco, na Grande São Paulo. Essa planta produz as tradicionais lâmpadas incandescentes, que vão perder mercado, e as fluorescentes. Essa planta opera a 80% de sua capacidade e deverá se dedicar à produção de inovação da companhia num futuro próximo, segundo Goetzeler. As lâmpadas de led da companhia vendidas no país são importadas. "Ainda não há planos para se ter uma nova fábrica no Brasil. Mas há estudos de trazer produtos com inovação para essa fábrica", disse.

A fábrica do Brasil já é base de exportação para os produtos da Osram na América Latina. No entanto, a valorização do real sobre o dólar limitou os embarques, segundo Goetzeler. O mercado doméstico, segundo o executivo, deverá consumir boa parte da produção da Osram. A companhia não abre seus números de produção e faturamento no Brasil.

O grupo alemão Osram informou que destina cerca de 6,6% de seu faturamento global em pesquisas para inovação tecnológica, em centros na Alemanha e nos Estados Unidos. Para o segmento de iluminação led, a empresa fez uma joint venture com a Traxon. A empresa também busca avançar em mercados de iluminação, que não se restringe a residências e escritórios. A companhia está avaliando oportunidades, como os eventos de Copa do Mundo e Olimpíadas. O mercado automobilístico é outro filão importante para o setor de iluminação. Segundo Goetzeler, a expansão mais acelerada de mercado das lâmpadas econômicas deverá ocorrer no médio prazo, no máximo em dois anos.