25/03/09 10h37

Pacote reforça investimento em produto popular

Gazeta Mercantil - 25/03/2009

As expectativas em torno do pacote de habitação que está para ser anunciado pelo governo reforçaram o investimento em um nicho para o qual a indústria da construção já estava atenta: o mercado de baixa renda. Depois de um ano em que milhares de famílias ascenderam à classe média, e de uma crise que deve levar muitas pessoas a reduzirem seus gastos, as fabricantes de materiais de construção vêm investindo em novas linhas de produtos populares para ampliar seu portfólio. A Deca, fabricante de louças e metais sanitários, por exemplo, está ampliando a linha voltada para esse público, resultado do desempenho conseguido no ano passado quando fez uma parceria com a construtora MRV Engenharia, especializada em imóveis populares, para desenvolver artigos de menor custo para esses empreendimentos. Também foi por causa da aposta na linha básica que venceu uma licitação do governo do Estado de São Paulo, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), para equipar um projeto de 43 mil novas casas. Empresa que sempre buscou fortalecer sua marca pelo design e alto padrão, a Deca agora tenta expandir os mesmos traços para produtos que sejam mais baratos. Também no mercado de tintas - que teve uma queda de 15% nas vendas do primeiro bimestre, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tinta (Abrafati) - é no segmento popular que o setor está se escorando. Regulamentadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) nos últimos anos, as tintas foram divididas em três classificações: econômica, standard e premium, com preços que vão, em média, de R$ 50 (US$ 21.7) a R$ 220 (US$ 95.7) a lata de 18 litros. Segundo Ferreira, a participação da faixa econômica dentro das vendas subiu de 35%, há um ano, para 40% hoje. Premium leva outros 40% e standard, 20%. Na paulista Universo, os investimentos dos últimos anos foram para ampliar sua atuação no segmento premium, em que não era tão forte. A linha econômica, no entanto, representa ainda 40% das vendas e será um dos motores neste ano.