25/11/09 11h18

País está entre os que mais dão incentivo a montadoras

Folha de S. Paulo

Antes mesmo do anúncio de ontem, o Brasil já aparecia entre os países que mais concederam ajuda ao setor automotivo, superando até mesmo os Estados Unidos (sem contar, porém, a ajuda de dezenas de bilhões de dólares do governo americano a GM e Chrysler), segundo levantamento da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). Pelos cálculos do organismo que reúne 30 das maiores economias globais, o desconto no IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) de carros e caminhões, além da redução de impostos na produção e no financiamento de motos, teve um custo para o governo brasileiro de US$ 3,3 bilhões.

Já os EUA, sede de algumas das maiores montadoras do planeta e -até o ano passado, pelo menos- donos do maior mercado mundial, usaram US$ 3 bilhões no programa de troca de carros antigos por outros que consumissem menos combustível: o chamado "Dinheiro por Sucata". No entanto, o cálculo não leva em conta os US$ 50 bilhões concedidos para a GM nem os US$ 7 bilhões para a Chrysler -o governo dos EUA é hoje importante acionista das duas montadoras. Mesmo a China, que caminha para destronar os EUA do posto de maior mercado global, gastou menos em ajuda: foram 9 bilhões de yuan, ou cerca de US$ 1,3 bilhão, sempre de acordo com a OCDE. Em termos nominais, os valores da ajuda brasileira só ficaram atrás dos programas dos governos da Austrália, do Japão e da Alemanha (o mais caro deles é o japonês, avaliado em US$ 7,5 bilhões).