18/11/08 10h17

País já injetou US$ 71,8 bi contra crise

O Estado de S.Paulo - 18/11/2008

O governo já injetou aproximadamente R$ 150 bilhões (US$ 68,2 bilhões) para aumentar a liquidez no mercado de crédito e combater os efeitos da crise financeira no Brasil. Segundo dados divulgados ontem pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, só na atuação no câmbio foram injetados US$ 46,5 bilhões (R$ 106 bilhões, pela cotação de sexta-feira). Esse valor inclui desde leilões de dólares e venda da moeda no mercado à vista a empréstimos para o comércio exterior. Nas últimas semanas, o governo injetou cerca de R$ 52 bilhões (US$ 23,6 bilhões) para ajudar a restabelecer o crédito em outros setores - incluindo os R$ 8 bilhões (US$ 3,6 bilhões) do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, de financiamento imobiliário para servidores públicos , anunciados ontem. A conta total deixa de fora os R$ 56 bilhões (US$ 25,4 bilhões) de depósitos compulsórios dos grandes bancos. Esses recursos estavam bloqueados no BC e foram liberados para incentivar a compra de carteiras de crédito de bancos pequenos e médios. A conta dos R$ 158 bilhões (US$ 71,8 bilhões) inclui, porém, os recursos colocados à disposição pelo governo para normalizar o crédito. Não se sabe quanto desse total será usado. Tudo vai depender da demanda de empresas e consumidores. De acordo com Meirelles, de US$ 46,5 bilhões usados pelo governo para tentar conter a alta do dólar, US$ 30 bilhões foram destinados pelo BC para leilões de swaps (contratos de dólar). Para empréstimos voltados a linhas de comércio exterior, os recursos somam US$ 4,1 bilhões. No caso de vendas de dólares com compromisso de recompra, foram US$ 5,8 bilhões e para o mercado à vista, US$ 6,1 bilhões. Atualmente, o objetivo do BC é prover liquidez ao mercado. Entre as operações citadas por Meirelles, ele disse que a injeção de dólares à vista no mercado é a única que afeta as reservas internacionais, mas, apesar disso, elas ainda são superiores a US$ 200 bilhões.