05/01/11 10h33

País sobe no ranking global de aquisições

DCI

A atividade de fusões corporativas disparou em 2010 no Brasil, que, ao lado da China, levou o mundo emergente a responder por um terço do movimento global do setor no período, um recorde. De acordo com um levantamento da Thomson Reuters, as operações anunciadas que envolvem empresas do País movimentaram US$ 120,6 bilhões no ano passado, um salto de 76,1%. O setor de energia liderou, com destaque para a compra de 40% dos ativos da Repsol no Brasil pela chinesa Sinopec, e para a criação de uma joint venture que reúne parte dos ativos da anglo-holandesa Shell e da Cosan. Matérias-primas e telefonia ficaram em segundo e terceiro lugar na lista, respectivamente.

Para especialistas, por ser forte nas áreas de energia (petróleo e etanol) e em metais, alguns dos segmentos mais ativos em fusões no mundo, e ter a perspectiva de elevado crescimento econômico nos próximos anos, o Brasil continuará a ser um dos países mais ativos nesse mercado em 2011. "Essa combinação está atraindo a atenção de toda espécie de investidor", diz Marco Gonçalves, chefe da área de Fusões e Aquisições do BTG Pactual, o líder do setor no Brasil.

Segundo os banqueiros, mais do que o recorde de 2010, chama a atenção nos números a mudança de perfil desse mercado no País, com participação de mais setores, e com menor valor médio por operação. Em 2010, foram anunciadas 693 transações, um crescimento anual de 37,5%. A avaliação é de que isso revela o amadurecimento do setor de fusões no Brasil, porque aponta a consolidação em vários setores da economia.