05/04/10 15h06

País terá 10 mil MW de bioenergia até 2020

DCI

A co-geração de energia elétrica por biomassa no Brasil deve aumentar, em dez anos, para mais de 10 mil megawatts (MW), que serão ofertados em leilão e no mercado livre. A previsão é de Carlos Silvestrin, presidente da Associação da Indústria de Co-geração de Energia (Cogen). Atualmente, essa co-geração soma 5.400 MW instalados. Segundo Silvestrin, desde 2005 foram comercializados 3.700 MW em leilões regulamentados.

Ainda de acordo com a Cogen e com o Programa Bioeletricidade 2011-2020, a participação na matriz elétrica brasileira das usinas a biomassa movidas a partir do bagaço de cana-de-açúcar deve passar do patamar atual de 4% para 12% no período. "O mundo todo caminha para o sistema de co-geração de energia a partir de uma única fonte", disse o presidente da Cogen. Para Zilmar José de Souza, assessor de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em 2009 o mercado de biomassa, através da produção de cana-de-açúcar, obteve uma boa performance: "Foi a fonte que mais agregou capacidade instalada: 1.112 MW no ano. Superamos as térmicas convencionais e as grandes hidroelétricas", afirmou o assessor da Unica.

Ainda segundo Souza, o número de usinas saltou de 88, em 2008, para 100, no último ano. "Hoje, das 438 usinas do setor sucroenergético, 100 estão conectadas exportando bioeletricidade. Isso representa pouco mais de 20% do total", explicou o assessor. Apesar do bom desempenho do setor bioelétrico, Souza afirmou que não há apoio efetivo ao segmento por parte do governo federal. "Os investimentos são da iniciativa privada. Há a necessidade de se pensar em uma política setorial definida para as fontes alternativas", acrescentou.

O setor de bioeletricidade brasileiro registrou expansão de 33% nas vendas de energia para o sistema interligado em 2009. Dados preliminares do Ministério de Minas e Energia (MME ) - aos quais a Unica teve acesso - apontam que foram exportados 5.872 gigawatts-hora (GWh) no último ano, ante 4.408 GWh em todo o ano de 2008.

Segundo o presidente da Cogen, o Brasil se destaca no cenário mundial porque conta com "47% de energia limpa, além de ser rico em fontes renováveis e generoso em termos de fontes de energia". Outros países, no entanto, encontram-se abaixo deste percentual. "Geralmente, estão a um patamar bem abaixo [do brasileiro], em 20%. Países como a China, por exemplo, utilizam muita queima de carvão", completou.