07/08/12 14h54

“Para ser líder no mundo, é preciso ser líder no Brasil”

Brasil Econômico

Novo presidente da Lenovo no país, Dan Stone, detalha a estratégia da companhia para chegar a 10% do mercado de PCs nos próximos dois anos, em busca da liderança

A Lenovo está decidida a deixar para trás o patamar de 4% de participação de mercado no Brasil para chegar aos 10% nos próximos dois anos. Para isso, além da fábrica local, prevista para iniciar as operações em janeiro, a companhia chinesa prepara também a abertura de um centro de pesquisa e desenvolvimento no país, de acordo com Dan Stone, novo presidente da subsidiária brasileira.

A fabricante de PCs prevê investimentos de R$ 100 milhões no país nos próximos cinco anos, sendo que R$ 60 milhões vão custear a fábrica de Itu. Parte dos R$ 40 milhões restantes serão direcionados ao núcleo brasileiro de pesquisa. O país será o quarto do mundo a receber um centro de desenvolvimento deste tipo, depois da China, Estados Unidos e Japão.

Segundo Stone, ainda não há previsão de onde será o centro, o que vai ser decidido após a fábrica de Itu entrar em operação. “Estamos trabalhando nos detalhes”, diz o executivo. Ele pretende usar a área de pesquisa para entender o que o consumidor brasileiro quer e adaptar os produtos mundiais da marca para o mercado local, impulsionando o crescimento no país.

Tanto a fábrica quanto o centro de desenvolvimento fazem parte da estratégia da Lenovo para se tornar líder do mercado brasileiro. Atualmente o Brasil é o único país do Bric, grupo que engloba também Índia, Rússia  e China, em que a fabricante não  tem a liderança e amarga ali a sétima ou oitava colocação no ranking, segundo o presidente. “Para ser número um no mundo temos que ser número um no Brasil”, afirma Stone. O país é hoje o terceiro maior mercado mundial de PCs, segundo a consultoria IDC, atrás de Estados Unidos e Japão, o que justifica a afirmação de Stone.

No mundo
Globalmente, o cenário é outro. Em outubro a fabricante ultrapassou a Dell em vendas e passou a ser a segunda empresa que mais vende computadores no mundo, atrás apenas da HP. Desde então a Lenovo vem encostando na rival em participação e no segundo trimestre do ano a diferença entre as duas chegou a 0,2%, segundo números do Gartner. “Em 2009 estávamos crescendo mais devagar que o mercado e perdendo dinheiro. Com foco em inovação conseguimos sair da quarta para a segunda posição”, diz Stone, que acredita que a empresa chegará ao topo do mercado mundial “muito em breve”.