Para vender sapatos, Francal paga estadia de comprador

Valor Econômico

Mesmo com a crise internacional, a alta do dólar no começo do ano animou os exportadores brasileiros de calçados. Porém, menos de seis meses depois - quando as encomendas começaram a ser entregues -, a moeda americana voltou a cair e serviu como um balde de água fria para o setor.

É diante desse cenário que começa amanhã, em São Paulo, a Francal, uma das duas principais feiras de calçados do país (a outra é a Couromoda, que acontece em janeiro). Para estimular os negócios, os organizadores estão custeando, pela primeira vez em 41 anos de existência do evento, a hospedagem de 50 compradores da América Latina e de 100 lojistas brasileiros de outros Estados. Além disso, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) todos os anos traz para a Francal um grupo de 40 estrangeiros, entre lojistas e jornalistas especializados.

Nos primeiros cinco meses de 2009, as vendas de calçados brasileiros no exterior caíram 27,3% em volume e 28,6% em faturamento, quando comparadas ao mesmo período de 2007. Já as importações cresceram 4,5% em volume e 21,1% em valor, sendo que a maior parte dos sapatos são provenientes da China. Entre os fabricantes brasileiros, a Francal é vista como uma grande oportunidade para fechar negócios. Mas quando o assunto são as exportações, a cautela é a palavra-chave neste momento.