11/05/10 11h51

Páscoa amplia ganho do Pão de Açúcar

Valor Econômico

Enquanto o acordo de fusão com a Casas Bahia continua em suspensão, o grupo Pão de Açúcar apresenta resultados positivos na operação das suas próprias bandeiras no primeiro trimestre. Juntas, as redes Pão de Açúcar, Extra, CompreBem, Extra Eletro, Sendas e Assaí somaram vendas líquidas de R$ 5,71 bilhões (US$ 3,26 bilhões), uma alta de 23,2% sobre o mesmo período de 2009. Sem considerar a rede Ponto Frio (adquirida em junho de 2009), o lucro líquido do grupo subiu 36,9%, para R$ 129,9 milhões (US$ 74,2 milhões), enquanto o lajida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 377,2 milhões (US$ 215,5 milhões), com alta de 20,8% sobre o do primeiro trimestre de 2009. A margem lajida se manteve praticamente estável - de 6,7% para 6,6%. Já a margem bruta caiu 0,7 ponto percentual, para 24,6%, apesar do crescimento de 19,6% no lucro bruto, que chegou a R$ 1,4 bilhão (US$ 800 milhões).

A companhia conseguiu reduzir o índice de despesas operacionais sobre as vendas líquidas, que passou de 18,6% para 18%. "Esse resultado foi obtido mesmo com o aumento dos encargos sobre a folha, motivado por mudanças na alíquota relacionadas a acidentes de trabalho, e nas maiores despesas com marketing e tecnologia da informação", afirma o diretor financeiro do grupo, José Antônio Filippo. Mesmo se considerado o Ponto Frio, o percentual fica em 18,1%. Segundo o executivo, os efeitos da substituição tributária e uma maior participação da bandeira Assaí (que vende produtos de menor valor agregado) na receita do grupo justificam o recuo na margem bruta.

O primeiro trimestre foi impactado de maneira positiva pela Páscoa, segundo o executivo, uma vez que a data foi comemorada este ano no primeiro final de semana de abril. Em 2009, as vendas de Páscoa se concentraram no segundo trimestre. No critério mesmas lojas, a alta foi de 15% em vendas brutas. O crescimento real foi de 9,6%. A venda de alimentos nas mesmas lojas cresceu 13,5%, com destaque para bebidas e mercearia. O desempenho de não-alimentos foi 19,5% superior, puxado por bazar, drogarias e eletroeletrônicos.

Se considerada a Globex, que inclui as vendas nas lojas físicas e on-line do Ponto Frio, o resultado do Pão de Açúcar dá um salto. As vendas brutas e líquidas crescem 47,1% e 50,2%, respectivamente, para R$ 7,78 bilhões (US$ 4,45 bilhões) e R$ 6,97 bilhões (US$ 4 bilhões). O lajida sobe 31,4%, para R$ 410,4 milhões (US$ 234,5 milhões). A margem lajida ficaria, no entanto, em 5,9%, e o lucro líquido seria de R$ 126,2 milhões (US$ 72,1 milhões). O Ponto Frio registrou um prejuízo de R$ 3,7 milhões (US$ 2,1 milhões) no trimestre, contra uma perda de R$ 31,8 milhões (US$ 18,2 milhões) no mesmo período de 2009. Segundo Filippo, o Ponto Frio está próximo de "entrar na curva de lucro". Para a analista Daniela Bretthauer, da Raymond James, o resultado é bom. "Mas não espetacular, como foram os de alguns competidores do varejo têxtil, a exemplo de Marisa e Hering", diz ela.