05/10/10 12h44

PDG alcança venda de US$ 2,8 bi no ano

Valor Econômico – 05/10/10

Em um ano de explosão de vendas no mercado imobiliário, olhares atentos de investidores se voltam para as empresas de capital aberto: os resultados das grandes conseguem refletir, na mesma proporção, o aquecimento do setor? Maior incorporadora do Brasil após a compra da Agre, a PDG Realty antecipou-se e no segundo dia útil do mês apresentou os números do terceiro trimestre ao mercado. Sim, a empresa mostra que o seu desempenho operacional responde à forte demanda.

Mesmo com Copa do Mundo e eleições, a empresa vendeu R$ 1,85 bilhão (US$ 1,1 bilhão) em imóveis entre julho e setembro, o que representa alta de 39,3% sobre o mesmo período do ano passado e de 19% sobre o segundo trimestre deste ano - que já tinha sido recorde. Nos primeiros nove meses do ano, a PDG Realty vendeu R$ 4,7 bilhões (US$ 2,76 bilhões), 59,3% acima de janeiro a setembro de 2009. No ano passado inteiro, sem a Agre, a PDG vendeu R$ 2,6 bilhões (US$ 1,32 bilhão).

Além dos acionistas, o desenrolar da operação de PDG é avaliada com lupa pela concorrência - que ensaia um novo movimento de consolidação. O ganho de escala e o volume passaram a ser fundamentais para o setor, que exige alto capital de giro. E os números mostram também que a compra da Agre, empresa de histórico complicado que reunia três ativos com problemas e dívidas - Agra, Klabin Segall e Abyara - alavancou, de fato, a operação da PDG. Embora tenha contaminado o balanço da PDG com uma dívida maior - com boa parte já renegociada - e margem líquida menor, o gigantismo da nova operação não tornou a empresa mais morosa. A velocidade de vendas atingiu 33% no terceiro trimestre, acima dos dois trimestres anteriores.

Com os terrenos herdados da soma de Agra, Abyara e Klabin Segall - apesar das pendências financeiras, as empresas sempre foram reconhecidas pela qualidade dos ativos -, a companhia conseguiu lançar, apenas no terceiro trimestre, R$ 2 bilhões (US$ 1,18 bilhão) em 67 novos empreendimentos e atingiu 70% do volume total de lançamentos previstos para o ano. Se repetir o desempenho deste trimestre no próximo, chega aos R$ 7 bilhões (US$ 4,12 bilhões), ponto médio do chamado "guidance". A "nova" PDG também perdeu o apelo de empresa de baixa renda e se posiciona para a classe média. Do total lançado, 82% estão em imóveis de até R$ 500 mil/US$ 294 mil (limite máximo do SFH). Dentro do segmento econômico (abaixo de R$ 250 mil/US$ 147 mil), 63% são elegíveis ao programa Minha Casa, Minha Vida.