17/11/10 10h53

PDG Realty amplia atuação e entra no mercado hoteleiro

Valor Econômico

A PDG Realty, a maior incorporadora do país após a compra da Agre, vai entrar no mercado hoteleiro. A empresa, que atuará como incorporadora e construtora, assinou ontem um memorando de entendimentos com o grupo Marriott, uma das três maiores redes de hotéis do mundo, para o desenvolvimento de 50 hotéis econômicos no país nos próximos cinco anos. A parceria marca a entrada da bandeira Fairfield no Brasil.

A Fairfield, muito presente no mercado americano, é a mais econômica entre as 18 marcas que a Marriott opera, que tem em seu portfólio Renaissance Ritz-Carlton e Bulgari. A comparação mais direta com Fairfield - embora a empresa não a faça - é a marca Ibis, da concorrente Accor. Os quartos têm cerca de 20 metros quadrados e a diária deve girar em torno de R$ 160 (US$ 94). Ao todo, existem 630 hotéis com a bandeira no mundo. O acordo prevê preferência de ambas as partes na operação e construção de hotéis no país. Os primeiros hotéis serão lançados já em 2011.

A gestão e operação dos hotéis ficará à cargo da rede Marriott, que também será a responsável por apresentar à PDG Realty os investidores interessados no mercado hoteleiro brasileiro. "Para cada terreno, haverá um estudo de viabilidade e implantação, que será apresentado aos investidores", afirma Ricardo Setton que será o responsável pela nova divisão dentro da PDG Realty. Setton é um dos fundadores e ex-sócios da Agre, que chegou a construir 28 hotéis de diferentes bandeiras. "Como incorporadores, nós saímos com a garantia de termos o negócio 100% vendido", afirma Setton. A PDG entrega o hotel pronto, inclusive, com todo o mobiliário.

Os investidores são, na maioria, fundos soberanos, que têm perfil de longo prazo e já investem com a Marriott em várias partes do mundo. O próprio hotel pode entrar como investidor em alguns fundos ou tornar-se proprietário de alguns hotéis. "Há vários investidores, proprietários de hotéis nossos em outras partes do mundo interessados em investir no Brasil", diz Guilherme Cesari, vice-presidente de desenvolvimento do grupo Marriott no Brasil, contratado no início do ano para promover a expansão do grupo no país. "Além dos fatores macroeconômicos, o crescimento das cidades médias, a Copa do Mundo e a Olimpíada (de 2016) atraem os estrangeiros para o segmento hoteleiro no país", diz Michel Wurman, diretor financeiro e de relações com investidores da PDG Realty.

Segundo Cesari, a vantagem em fechar a parceria com a PDG Realty está no banco de terrenos e na presença geográfica da companhia em todo o Brasil. O potencial de construção do banco de terrenos da PDG Realty é de R$ 31 bilhões (US$ 18,2 bilhões). A companhia está em 25 cidades brasileiras. Atualmente, a rede Marriott possui apenas quatro hotéis no Brasil, onde está há 13 anos - está bem distante de concorrentes como o grupo francês Accor e a recém-criada Allia Hotels, que reúne as bandeiras Bristol, Plaza Inn e Solare, com 40 hotéis em operação. Um deles fica próximo Aeroporto Internacional de Guarulhos (franquia), o Renaissance, nos Jardins, em São Paulo; Marriott Executive Apartment, na Vila Nova Conceição, também em São Paulo; e JW Marriott, na Praia de Copacabana, que há cerca de um mês foi vendido a um fundo americano.