11/01/11 11h41

PepsiCo tenta aumentar consumo de água de coco

Valor Econômico

O Brasil é um dos poucos países do mundo onde existe o hábito de se tomar água de coco. "No exterior, a água de coco é ainda considerada uma bebida muito exótica", diz Jorge Tarasuk, vice-presidente de operações da divisão de alimentos América Latina da PepsiCo. Em agosto de 2009, a companhia americana foi a primeira multinacional no mundo a investir na bebida, com a compra da brasileira Amacoco, dona da marca Kero Coco, líder de mercado. Hoje, um ano e cinco meses após a aquisição, a PepsiCo revela sua estratégia para aumentar o consumo da bebida industrializada, ainda muito baixo em comparação com seu maior rival: o mercado de coco fresco, vendido em carrocinhas e barracas. "Há ainda muito poucos números sobre o mercado de água de coco, mas calcula-se que o coco fresco, vendido nas ruas, responda por 80% do volume consumido no país", diz Newton Yorinori, diretor agrícola da divisão de alimentos América Latina da PepsiCo.

Mesmo assim, as vendas de água de coco embalada em caixinhas Tetra Pak vêm crescendo a passos largos. "O mercado cresceu 18% em volume em 2010 e a PepsiCo teve um desempenho em linha com esse número", diz Tarasuk. O problema é que a parcela de consumidores regulares do produto, apesar de ter crescido, ainda continua pequena. Em 2009, segundo a revista especializada Super Hiper, com dados da Kantar Worldpanel, 7,8% dos consumidores tomavam água de coco industrializada regularmente. No ano passado, esse número passou para 9,8%. Mas ainda é bem pouco se comparado com o percentual de 37% das bebidas à base de soja - e é quase nada em relação ao percentual dos refrigerantes: 98,3%.

O desafio da PepsiCo é exatamente esse: aumentar o número de consumidores da bebida. Uma das barreiras é o preço. Nos supermercados de São Paulo, por exemplo, um litro de água de coco varia entre R$ 5,50 (US$ 3,20) e R$ 6 (US$ 3,50). Na rua, o coco verde sai por R$ 3 (US$ 1,80), em média. "É o mesmo produto, até mais fresco. Não colocamos nenhum tipo de conservante e entre o corte do coco na fazenda e o envase na fábrica não levamos mais de 18 horas. Além desse tempo, o coco começa a se degradar. Já o coco das ruas leva dias entre ser colhido e vendido", diz Tarasuk.