Pequena empresa entra nos planos do governo

O Estado de S. Paulo

Nem só de grandes grupos se faz o processo de internacionalização das empresas brasileiras. É pensando dessa forma que alguns órgãos do governo e entidades da indústria têm trabalhado para aumentar a capacidade dos pequenos e médios empresários para começar a acessar os mercados estrangeiros.

"Diferentes instituições têm trabalhado no sentido de pensar uma política pública estruturada de apoio à internacionalização de empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes, diz Patrícia Vicentini, assessora especial da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). A entidade desenvolve desde 2005 um projeto de cooperação com a União Europeia para ajudar empresas de menor porte a se prepararem para acessar o mercado europeu. "Temos aqui um trabalho estruturante, de construção de capacidades das pequenas e médias empresas", diz Patrícia, responsável pela gestão do projeto. "No fundo, são elas que precisam mais desse apoio em termos de política pública."

Uma das metas definidas pelo governo federal na elaboração da Política de Desenvolvimento Produtivo é aumentar em 10% o número de micro e pequenas empresas exportadoras até 2010. Em 2006, existiam no País 11.792 empresas de pequeno porte que exportavam para mercados estrangeiros, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento.

Segundo Patrícia, a definição de uma política pública em prol da internacionalização das empresas não vai se materializar em um projeto único e fechado. "Não é um pacote, ele é multifacetado, é um caleidoscópio, que precisa ser administrado para que se possa ter uma política pública que possa atender as empresas brasileiras no mercado internacional", diz.