Pesquisa da CNI mostra sinais de recuperação

Valor Econômico

A indústria está otimista com os sinais de recuperação da atividade econômica e o que determina o otimismo é a expectativa com o mercado interno. Representantes das grandes empresas registram aumento da produção, redução dos estoques e situação financeira satisfatória no segundo trimestre, segundo os números da Sondagem Industrial, pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre 30 de junho e 17 de julho. Foram ouvidos 1.513 representantes de empresas, sendo 891 de pequeno porte, 415 de tamanho médio e 207 grandes.

A ociosidade média ainda é alta. Em junho, 52,4% das indústrias operaram abaixo da utilização usual da capacidade instalada e apenas 6% superaram suas médias. Apesar de várias medidas do governo para aumentar a liquidez, o acesso ao crédito continua difícil, o que, aliado à ociosidade, vai comprometer a recuperação do investimento.

Para o gerente de pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, a situação das pequenas e médias indústrias é pior que a das grandes e ainda indica queda de produção no segundo trimestre. Por outro lado, disse que as grandes empresas do setor são mais estruturadas, têm mais acesso ao capital e, com essa força, podem impulsionar a atividade das pequenas e médias fornecedoras.

De acordo com a pesquisa, a utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria, no segundo trimestre, ficou em 69%, um ponto percentual acima do nível do primeiro trimestre, mas abaixo da média histórica de 74%. Os três maiores problemas apontados por grandes, médias e pequenas indústrias, são carga tributária elevada, falta de demanda e competição acirrada de mercado. Chamou a atenção da CNI que, no segmento das pequenas, ganhou relevância a falta de trabalhadores qualificados.