18/04/13 11h00

Pesquisa é combustível para a alemã SKF no país

Brasil Econômico

Fabricante de rolamentos aposta em tecnologia para atender exigência de montadoras

Com o novo regime automotivo as montadoras incentivam cada vez mais seus fornecedores a investirem em tecnologia. Atenta a isso, a SKF, fabricante alemã de rolamentos, desenvolveu no Brasil um equipamento totalmente novo, aos moldes dos carros que rodam por aqui. Para isso, a empresa investiu R$ 5 milhões nas pesquisas e na adaptação de uma linha de produção em Cajamar, interior de São Paulo, para começar a montagem da nova peça.

O diretor de Engenharia de Aplicação da companhia, Fabrício Teixeira, disse que já há duas montadoras que vão usar o novo rolamento em seus carros. Segundo ele, um dos equipamentos terá o início da produção no final do primeiro semestre e o segundo rolamento no final do ano. “São peças desenvolvidas com uma tecnologia que permite aumento da vida útil do rolamento e a redução do peso. Essa última característica, aliás, é importante para que as montadoras se enquadrem aos níveis de eficiência exigidos pelo novo regime automotivo. Com peças mais leves, o carro fica mais econômico”, disse o executivo.

Para este ano, conforme Teixeira, serão produzidos 600 mil rolamentos e ao final do primeiro ano, esse volume vai subir para 1 milhão de unidades. “Isso somente com as perspectivas desses contratados já firmados, que são para um modelo totalmente novo no mercado brasileiro e uma reestilização de um já existente”, afirmou Teixeira.

O projeto, desenvolvido pela equipe de engenharia local, levou dois anos para ser concluído passando por etapas como definição do escopo do trabalho, cálculos dimensionais e desenhos, produção de protótipos, testes de bancada nos laboratórios da SKF dos EUA e Alemanha e adaptação de canal de produção no Brasil.

“Dentro do rolamento é instalado um sensor que emite toda a informação da roda para o sistema de freio ABS. É uma tendência de que equipamentos, antes somente mecânicos, também tenham algum tipo de tecnologia embarcada”, diz.

Outra que está de olho no novo regime automotivo é a Dayco Power Transmission. A empresa abriu no Brasil o seu primeiro Centro de Desenvolvimento e Pesquisa. Daqui, a companhia vai criar soluções e equipamentos além de validação de peças para toda a América do Sul. “Fizemos o investimento antes mesmo do anúncio das novas regras, isso porque identificamos no Brasil um potencial maior que em outros países do BRICs”, disse o diretor de vendas da Dayco no Brasil, Eduardo Buchaim (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e com uma cultura ocidental. Mas, com toda certeza, vemos o InovarAuto uma possibilidade de aumento dos projetos, pois, as montadoras vão precisar cada vez mais dessa parceira com os fornecedores”, disse o diretor de Vendas da Dayco no Brasil, Eduardo Buchaim.

O centro é o sexto da Dayco no mundo e faz parte deum investimento de US$ 100 milhões que a companhia vai aplicar na região nos próximos dois anos. “Queremos tornar o Brasil um polo produtivo de todas as peças que a companhia produz no mundo. Vamos trazer, por exemplo, a fabricação de velas de ignição e até 2015 devemos deter15% das vendas no mercado brasileiro.”