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Petrobras adianta datas para Tupi e fecha acordo com PGS

DCI - 06/05/2008

A Petrobras tem planos de começar a extrair petróleo do campo de Tupi, na Bacia de Santos, já em 2009, um ano antes do previsto, e do campo de Carioca dentro de quatro ou cinco anos. Um poço-teste no campo de Tupi, em águas profundas, deve produzir cerca de 20.000 barris de petróleo por dia, a partir do primeiro trimestre do ano que vem. As informações foram dadas ontem pelo presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, em entrevista em Houston, nos EUA. A produção plena de Tupi deve começar no fim de 2010, com 100 mil barris/ dia, disse. Estima-se que o campo de Tupi tenha o equivalente a 8 bilhões de barris de petróleo recuperável, o que o torna a maior descoberta de petróleo do Hemisfério Ocidental desde 1976. Por conta do gigantismo das descobertas na Bacia de Santos, a Petrobras já começou a antecipar suas necessidades de máquinas e equipamentos, uma compra considerada bilionária no mercado. Ontem, Gabrielli disse que a estatal deve anunciar em junho um aumento de seu orçamento qüinqüenal de US$ 112,7 bilhões para financiar o trabalho no Tupi e outros projetos em águas profundas. "Vai ser muito grande", disse ele. "Precisamos de mais plataformas de sondagem e elas são muito caras." Tupi pode empregar mais de seis navios de perfuração depois que o poço-teste terminar. "As plataformas de sondagem de tecnologia mais avançada para extração em águas profundas são alugadas a US$ 600 mil ou mais por dia." Ontem, o grupo norueguês de pesquisas de sísmica Petroleum Geo-Services ASA (PGS) anunciou que venceu um contrato de prestação de serviço para a Petrobras avaliado entre US$ 180 e 200 milhões; o maior da história da empresa. O contrato é para pesquisa sísmica marinha na Bacia de Santos. Pelo menos uma pequena parte do dinheiro necessário para os investimentos em Santos, já estão garantidos. O reajuste do preço da gasolina e do diesel, anunciado semana passada, elevará a receita da Petrobras em cerca de R$ 10 bilhões em um ano, segundo confirmou ontem o diretor-financeiro da estatal, Almir Barbassa. A expectativa é de a empresa gerar uma receita bruta de cerca de R$ 230 bilhões em 2008. Mais recursos podem vir de negócios no Exterior. A venda de etanol com a marca Petrobras, vendida em Portugal, é uma pretensão da estatal anunciada ontem pela imprensa portuguesa. E a petrolífera italiana Eni informou ter encontrado uma "significativa" reserva na Bacia do Congo, onde a Petrobras tem 5% de participação.