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Petrobras lança em dezembro plano diretor da Bacia de Santos

O Estado de S. Paulo - 17/09/2008

A Petrobras lança em dezembro um plano diretor para a área do pré-sal na Bacia de Santos, que definirá todo o sistema logístico e de escoamento do petróleo e gás produzidos na região. Até 2017, ano considerado chave para estes projetos, a meta é concluir a primeira fase (1A) de desenvolvimento das jazidas, alcançando uma capacidade instalada de 1,26 milhão de barris por dia. A produção, porém, não estará neste nível, por causa do declínio natural dos campos. O gerente executivo do pré-sal da companhia, José Formigli, divulgou ontem o plano, que prevê a entrada em operação de todas as dez plataformas que a Petrobras pretende contratar este ano. No caso do gás, disse ele, durante palestra na Rio Oil & Gas, a tendência é que a companhia combine o uso de gasodutos com a produção de gás natural liquefeito nas plataformas de produção, alternativa que garante maior flexibilidade no transporte. A Petrobras já encomendou quatro plataformas para projetos-piloto nas descobertas. Duas já estão contratadas e serão colocadas em Tupi. As duas restantes serão afretadas e dependem ainda de negociações com os sócios. Além disso a estatal anunciou a compra de oito plataformas de produção, com capacidade para até 120 mil barris por dia cada. A licitação deve ser lançada em outubro. Os locais onde serão instaladas também não foram definidos, disse Formigli. Para a segunda fase, a 1B, além de 2017, a companhia ainda avalia novas tecnologias de produção e escoamento, que serão divulgadas no plano diretor. Formigli, no entanto, afirmou que o plano deve ser revisto anualmente, de acordo com os resultados obtidos pela avaliação dos projetos. A primeira fase de produção, disse, será fundamental para conhecermos o comportamento dos reservatórios: qual a taxa de declínio da produção, quais os tipos de fluido que produzem, dentre outros fatores. Um grande desafio, segundo o executivo, são as altas taxas de gás carbônico encontradas nos reservatórios. "Misturado à água, o gás carbônico vira ácido carbônico, que é altamente corrosivo", explicou. Por isso, a companhia já estuda com os fabricantes de dutos o desenvolvimento de novos materiais mais resistentes à corrosão. O gás carbônico extraído junto ao óleo ganhará um "destino verde", nas palavras de Formigli. "Uma das alternativas é reinjetar nos poços. Não queremos lançá-lo na atmosfera." Os primeiros dados sobre produção na região serão divulgados junto ao planejamento estratégico da companhia, previsto para as próximas semanas. A Petrobras montou um grupo para avaliar o pré-sal de forma global, desde a produção até o refino e comercialização do petróleo e gás produzidos. Parte do gás será escoada por gasoduto até a plataforma de Mexilhão, alçada ao posto de hub da produção de gás na porção norte de Santos e ao sul de Campos. Outra parte deve ser transformada em GNL ou combustíveis nas plataformas. O primeiro gasoduto já foi projetado.