05/04/10 15h07

Pfizer vai estudar doenças tropicais

Valor Econômico

A multinacional americana Pfizer não quer ficar para trás no segmento de vacinas, altamente lucrativo no mercado internacional. Ao adquirir por US$ 68 bilhões o laboratório Wyeth em 2009, a farmacêutica, que tem como carros-chefes os medicamentos Lipitor e Viagra, também abocanhou uma fatia importante do segmento global de vacinas, passando a ter participação de 12,3%. Em entrevista ao Valor, Susan Silbermann, presidente da Pfizer para América Latina e países emergentes, disse que o Brasil é um importante mercado para a companhia.

Com um faturamento no Brasil em torno de R$ 3,3 bilhões (US$ 1,83 bilhão), a Pfizer tem três fábricas no país, todas em São Paulo. Com a mais recente aquisição, a companhia não pretende ter mais uma unidade no país, mas quer elevar a capacidade atual das atuais operações, afirmou Susan. Em vacinas, importante negócio para Pfizer agora, o Brasil deverá ser uma plataforma de estudos para doenças tropicais. Os focos serão no desenvolvimento de vacinas para o combate da doença de Chagas e malária. A empresa deverá aprovar um plano de estudos ainda este semestre em parceria com uma universidade de Ribeirão Preto (SP). O mesmo deverá ser feito para o desenvolvimento de estudos para a malária.

A divisão mundial de vacinas da farmacêutica responde por US$ 3 bilhões em receita. O Lipitor (combate o colesterol elevado) é o medicamento líder global da empresa, com vendas de US$ 13 bilhões por ano, seguido pelo Enbrel, medicamento biológico indicado para o tratamento da artrite reumatoide, e Viagra. A receita global da companhia, incluindo a Wyeth, soma US$ 71 bilhões (pro forma). A Pfizer já negocia duas vacinas no Brasil, segundo Gail Rodgers, diretora de vacinas da companhia. "Antes da compra da Wyeth, a empresa já trabalhava no desenvolvimento de vacinas, mas esse segmento ganhou mais força com a aquisição", disse.