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Philips contrata e estuda aquisições

Valor Econômico - 19/03/2009

A crise econômica mundial afetou as vendas globais da Philips e levou a companhia a anunciar um corte de 5% no quadro de funcionários no mundo todo. Mas o Brasil e a América Latina estão na contramão dessa tendência. Os pacotes de estímulo que estão sendo anunciados pelo governo brasileiro para revitalizar a economia incluem investimentos em infra-estrutura. "E os investimentos em saúde fazem parte do pacote", diz o CEO da Philips, que está visitando o Brasil pela primeira vez. O governo brasileiro responde por 70% das vendas de equipamentos médicos da Philips e as expectativas são de que não haja corte nas verbas estatais para o setor. A América Latina representou apenas 5% das vendas sob o comando de Rusckowski em 2008, enquanto os Estados Unidos ficaram com 50%. Mas, no Brasil, as taxas de expansão são mais fortes e a Philips possui uma participação de mercado superior à média em outros países. Há cinco anos, a presença da empresa na área médica era inexpressiva, mas em 2008, segundo Rusckowski, a Philips já abocanhou 23% do mercado global e espera chegar a pelo menos um quarto em 2012. No Brasil, já detém 32% das vendas do setor - fatia que era de 20% há cinco anos. Além de buscar novas aquisições no mercado brasileiro, Rusckowski pretende trazer ao país novas linhas de produtos. Um dos segmentos que o executivo enxerga potencial de crescimento nas vendas é o de cuidados com saúde fora do hospital. A Philips comprou uma grande fabricante de equipamentos médicos de uso domésticos nos EUA no ano passado, a Respironics, pela qual pagou cerca de US$ 4 bilhões. "Planejamos trazer esses produtos para o país", afirmou o executivo. A tarefa do americano Rusckowski, que assumiu em 2007 a presidência mundial da divisão de cuidados com a saúde da Philips, é para poucos. Cabe a ele transformar a multinacional holandesa, mais conhecida pelos seus televisores ou aparelhos de barbear, em uma marca de equipamentos médicos tão forte quanto a General Electric e a Siemens, as duas maiores fabricantes mundiais do setor. É provável que, daqui a alguns anos, a Philips seja mais conhecida pelos consumidores por seus aparelhos de ressonância magnética, tomografia e desfibriladores. O Brasil possui uma papel estratégico para a área de equipamentos medicamentos da Philips, que comprou nos últimos dois anos duas empresa locais, a VMI, fabricante de raio-x, e a Dixtal Biomédica, que produz equipamentos para monitorar pacientes, de anestesia e de ventilação. No ano passado, a empresa construiu a primeira fábrica no Brasil de aparelhos de ressonância magnética e tomografia computadorizada.