23/12/09 10h05

PIB deverá crescer 5,8% em 2010, prevê relatório do BC

Valor Econômico

O Banco Central acredita que, após uma expansão de apenas 0,2% em 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 5,8% em 2010. O percentual é inferior ao verificado em 2007 (6,1%), mas supera o de 2008 (5,1%), ano ao fim do qual a crise mundial, iniciada em 2007, passou a afetar o Brasil de forma mais expressiva. A projeção para 2010 e a revisão do crescimento projetado para 2009, até então de 0,8%, foram anunciadas ontem pelo diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita, ao divulgar o relatório trimestral de inflação. Ele anunciou também projeções sobre desemprego, renda e crédito. A taxa média de desemprego, que deve ficar em 8,1% em 2009, tende a cair a 7,8%. Se confirmada, será a menor da série.

Em relação ao conceito ampliado de massa salarial, que, além da renda do trabalho, inclui a de benefícios da previdência e de programas sociais, o BC espera expansão de 7,6% em 2010, ante 5,4% em 2009. Influenciado por esses dois indicadores, o volume de operações de crédito deve atingir 45,3% do PIB no fim de 2010, ante 43% esperados para o fim de 2009.

O relatório de inflação sinaliza, por outro lado, que a retomada mais consistente da atividade econômica virá acompanhada de alguma pressão inflacionária, o que reforça expectativas de elevação dos juros no próximo ano. A sinalização está na inflação projetada para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Tomando-se como pressuposto uma taxa de câmbio estável em R$ 1,75 e manutenção da Selic nos atuais 8,75% ao ano, o IPCA subiria 4,6% tanto em 2010 quanto em 2011. A inflação ficaria, portanto, ligeiramente acima de 4,5%, meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) como parâmetro para as decisões de política monetária do BC. Já no cenário de mercado, que leva em conta uma Selic maior (médias de 10,58% e de 10,81% ao ano, respectivamente nos últimos trimestres de 2010 e 2011), a inflação do IPCA ficaria exatamente na meta (4,5%) em 2010 e ligeiramente abaixo dela (4,3%) em 2011.