13/06/13 15h12

PIPE expande atuação pelo interior de SP

Agência Fapesp

Desde que foi lançado, em 1997, o Programa FAPESP de Pesquisa Inovativa em Pequena Empresa (PIPE) já desembolsou mais de R$ 180 milhões para apoiar mais de mil projetos de inovação tecnológica realizados por firmas com até 250 empregados estabelecidas, em sua maioria, nas cidades de São Paulo, São Carlos, Campinas, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto.


Por meio de uma parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), a FAPESP pretende promover e expandir o PIPE em outros municípios paulistas com um menor número de empresas com projetos apoiados pelo programa.
“A atuação do PIPE ainda está muito concentrada em algumas cidades do Estado de São Paulo”, disse Sérgio Robles Reis de Queiroz, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), durante o evento “Diálogo sobre a inovação na pequena empresa”, realizado pela FAPESP e o Ciesp no dia 11 de junho, na FAPESP.


“O nosso desafio é expandir o programa para outros municípios paulistas. Para isso, fizemos a parceria com o Ciesp, que está presente em todo o estado e vai nos ajudar a difundir o programa PIPE entre seus associados”, explicou Queiroz, que também é membro da Coordenação Adjunta de Pesquisa para Inovação da FAPESP.


A FAPESP realizou em 2012 duas edições de um evento similar ao “Diálogo sobre a inovação na pequena empresa” nas cidades de Campinas e Sorocaba. A ideia da parceria com o Ciesp é realizar eventos do gênero em diversos outros municípios paulistas, com o objetivo de esclarecer dúvidas de representantes de empresas com interesse em submeter projetos para as chamadas de propostas do PIPE.


Para isso, o Ciesp – que tem 42 unidades regionais no interior paulista – poderá auxiliar a FAPESP a definir quais cidades concentram empresas potenciais candidatas a receber apoio do PIPE.


“Algumas das possíveis cidades onde deveremos realizar esses encontros são Marília, São José do Rio Preto,  Botucatu e Piracicaba. Mas há uma série de outras que o Ciesp poderá nos ajudar a definir”, disse Queiroz.


Maior entidade representativa da indústria na América Latina, com aproximadamente 9 mil associados, sendo 80% indústrias e 20% empresas parceiras contribuintes, o Ciesp começou a apoiar e participar em 2012 dos encontros “Diálogo sobre a inovação na pequena empresa”, realizados quatro vezes por ano pela FAPESP.


Além de participar do evento, a entidade também promove o Programa PIPE e outras iniciativas para fomentar a pesquisa em empresas por meio de ações de estímulo à inovação realizadas com seus associados.


A mais recente delas é um programa de formação de empresas inovadoras, composto por três projetos realizados em todo o Estado de São Paulo que contemplam vários setores da indústria: o Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação na Cadeia de Petróleo e Gás (NAGI PG), o Programa de Extensão Tecnológica e o Curso de Aperfeiçoamento em Gestão da Inovação nas empresas.


Criado para atender às exigências do setor de petróleo e gás, o NAGI PG prevê apoiar 400 empresas na elaboração de projetos de inovação e orientação na requisição de recursos das instituições de fomento. Até agora, cerca de 130 empresas já participam do projeto.


Já o Programa de Extensão Tecnológica, realizado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Social (Senai), atende a 240 empresas em diversas regiões do Estado de São Paulo.


Por sua vez, o Curso de Aperfeiçoamento em Gestão da Inovação nas empresas, ministrado pela Agência USP de Inovação Tecnológica, deverá atender 500 empresas por meio de ensino a distância.


“Nossa intenção também é apresentar durante os cursos os mecanismos de apoio à inovação nas empresas existentes no Brasil, como o programa PIPE”, disse Airton Caetano, diretor de tecnologia do Ciesp, à Agência FAPESP.


Na avaliação de Caetano, o programa PIPE possibilita a aproximação das empresas com as universidades e instituições de pesquisa para a realização de projetos de inovação tecnológica que podem resultar em novos produtos e processos.


“O PIPE é um dos melhores mecanismos para promover a aproximação de empresas das universidades e instituições de pesquisa, que é algo ainda bastante difícil de ser feito no Brasil”, avaliou Caetano.


“O programa permite que as empresas apresentem suas propostas em várias ocasiões durante o ano e desenvolvam projetos de forma contínua em médio e longo prazos”, afirmou.


Chamada do PIPE
O programa está com chamada de propostas aberta para o 3º Ciclo de Análise de 2013. As propostas de financiamento devem conter projetos de pesquisa que podem ser desenvolvidos em duas etapas. A Fase 1 corresponde à demonstração da viabilidade tecnológica de um produto ou processo, com duração máxima de nove meses e recursos de até R$ 200 mil. A Fase 2 é a do desenvolvimento do produto ou processo inovador, com duração máxima de 24 meses e recursos de até R$ 1 milhão.


Podem apresentar propostas na chamada pesquisadores vinculados a empresas de pequeno porte (com até 250 empregados) com unidade de pesquisa e desenvolvimento no Estado de São Paulo.


O pesquisador proponente deverá demonstrar conhecimento e competência técnica no tema do projeto, mas não é exigido nenhum título formal (seja de graduação ou pós-graduação).


A empresa deverá comprometer-se a oferecer condições adequadas para o desenvolvimento do projeto de pesquisa durante o período de sua execução e a envidar os melhores esforços para a comercialização bem-sucedida dos resultados.


A FAPESP divulgará o resultado (aprovação ou não) enviando a cada proponente os pareceres técnicos dos avaliadores. Os pareceres podem ser úteis para o aperfeiçoamento da proposta, seja ela aprovada ou não. Em caso de não aprovação, o proponente poderá aperfeiçoar a proposta, corrigindo as falhas apontadas e submeter nova solicitação em edital subsequente.


A FAPESP reservou até R$ 15 milhões para atendimento às propostas selecionadas na chamada. As propostas serão recebidas até 26 de julho de 2013.