03/02/10 09h52

Plano prevê triplicar porto de Santos até 2024

Folha de S. Paulo

O porto de Santos ganhou novas projeções para movimentação de carga de importações e exportações. A nova previsão indica que o porto alcançará 230 milhões de toneladas por ano em 2024. O volume é 2,7 vezes o total movimentado no ano passado, quando o maior porto do país registrou um nível recorde de operações, com 83 milhões de toneladas - crescimento de 2,6%. O novo plano de crescimento do cais santista, apresentado ontem dentro das comemorações do 118º aniversário do porto, será a base para a elaboração do novo plano diretor. O projeto foi financiado pelo BID e prevê o aproveitamento de áreas dentro e fora dos limites do chamado porto organizado.

A principal preocupação com o anúncio de ontem, admitida pelas autoridades portuárias, é qual a capacidade dos atuais acessos ao porto para suportar um volume de cargas tão superior aos níveis atuais. Para o secretário dos Transportes, Mauro Arce, impressiona o volume de carga projetada para Santos. "Quando ouço esse número de 230 milhões de toneladas, penso: isso não pode ser dividido com outros portos?", diz. Hoje, o porto de Santos é o principal destino de boa parte da soja plantada e colhida em grande parte do Centro-Oeste e da parte ocidental do Nordeste brasileiro. Em 2009, foram exportados pelo porto de Santos 10,6 milhões de toneladas da região, crescimento de 5,3% ante 2008. Uma parte dessa produção não deveria sair por Santos, mas pela região Norte.

Para o ministro da Secretaria Especial dos Portos, Pedro Brito, o crescimento projetado para o porto de Santos será totalmente dependente de uma nova matriz de transporte. Hoje, apenas 20% das 83 milhões de toneladas de carga que passam pelo porto santista chegam ou saem de trem. Estudo de acessibilidade também apresentado ontem mostra que a atual estrutura ferroviária, operada por MRS e ALL, já possui gargalos. A situação tende a piorar nos próximos anos. "Uma das condições para viabilizar o crescimento do porto de Santos é a mudança da matriz de transporte. O Plano Nacional de Logística e Transporte prevê isso. O governo quer duplicar a participação das ferrovias, de 13%, até 2015", disse Brito.