24/03/10 11h01

Plástico crescerá 6% em 2010, puxado por pequena e média

DCI

A cadeia de plástico vai crescer entre 5% e 6% em 2010. A estimativa foi feita pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) Merheg Cachum, em entrevista ao DCI durante a abertura da 2ª Semana de Embalagem, Impressão e Logística, realizada em São Paulo (SP).

Segundo o presidente da Abiplast, uma possível freada de alguns setores pode ser preocupante. "Ainda somos deficitários na balança comercial do plástico, todas as empresas nesse momento estão voltadas para o mercado interno, precisamos exportar se não, a conta não fecha. Por isso muitos fabricantes brasileiros estão essa semana na Feira do Plástico na Argentina abrindo novos negócios", explicou Cachum mencionando que o setor faturou R$ 35 bilhões (US$ 17,8 bilhões) em 2009 e transformou 5,1 milhões de toneladas.

O presidente da entidade também explicou as dificuldades da cadeia com os últimos reajustes de matéria-prima. Segundo Cachum, o tamanho do reajuste vai variar de acordo com o tamanho da demanda do comprador, "pequenos, médios e grandes utilizadores de matéria-prima tem escalas diferentes na formação de preço, mas posso dizer que o reajuste foi de R$ 200 (US$ 111)/tonelada de janeiro para fevereiro e outros R$ 200 (US$ 111)/tonelada na virada de fevereiro para março. Mas mesmo assim, a economia vai decolar, é um ano de política [eleições], que são sempre bons para a economia do País".

Com o mesmo tom de confiança, o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico da Abimaq, Wilson Miguel Carnevalli, também aposta no crescimento. "O segmento de máquinas para a Indústria de Plástico deve crescer entre 10% e 20%. Há uma busca pela melhora na produtividade das máquinas, estamos assistindo uma renovação dos equipamentos, pois nossos clientes, os transformadores do plástico, estão todos com vendas fechadas até o longo prazo", argumentou citando que a capacidade instalada do setor cresceu 4,1% em relação ao ano passado e já atingiu 87,64%. De acordo com os dados da Abimaq, as vendas de máquinas para a indústria do plástico estão com faturamento mensal próximo de R$ 100 milhões (US$ 56 milhões) (uma projeção de R$ 1,2 bilhão/US$ 667 milhões no ano, frente aos R$ 734,71 milhões/US$ 373 milhões faturados em 2009), com a base de janeiro em R$ 97,37 milhões (US$ 54,1 milhões), exportações em R$ 5,39 milhões (US$ 3 milhões) e importações em R$ 34,57 milhões (US$ 19,2 milhões). Os números de fevereiro serão apresentados pela Abimaq hoje.

O presidente da Câmara Setorial também falou como empresário. "A Carnevalli vai ter um ano muito bom, já temos 80 encomendas que serão entregues até o mês de agosto e outros 60 pedidos que estão em análise de crédito no Finame. Aliás, esse é principal fator do nosso crescimento, as pequenas e médias podem comprar com os juros baixos do BNDES", explicou. Segundo o empresário quase toda a produção fica no mercado interno. "No passado, já exportei 50% da produção de máquinas, hoje no máximo uma máquina por mês. Com o real valorizado, só vendi uma máquina para o Paquistão e três ou quatro encomendas para América Latina e Caribe".