08/05/08 10h24

Política industrial contará com US$ 14 bi

Folha de S. Paulo - 08/05/2008

A segunda política industrial do governo Lula, a ser lançada pelo presidente no dia 12, pode contar com R$ 23 bilhões (US$ 14 bilhões) até 2011 entre desoneração tributária e créditos especiais. As medidas serão voltadas para novos investimentos produtivos e estímulo às exportações. A definição do valor final do pacote ainda estava em discussão ontem à noite. Segundo a Folha apurou, a proposta em discussão previa que os cortes de tributos podem superar R$ 7 bilhões (US$ 4,24 bilhões) até 2011. Essa desoneração pode crescer, já que ainda se discute, na última hora, a inclusão de medidas que desoneram a folha de pagamento das empresas. Mas ainda não há consenso na equipe econômica sobre o tema. A redução da carga de impostos paga pelo setor produtivo é tida como o melhor caminho para o governo se antecipar a problemas que possam incomodar no futuro. Um deles é a capacidade de as empresas oferecerem bens e serviços compatíveis com o ritmo de crescimento do consumo. Com isso, evita-se pressão na inflação. E o principal é estimular as exportações, permitindo que empresas brasileiras concorram em igualdade de condições com companhias estrangeiras. Isso consta até do texto de apresentação da proposta. Por isso, o foco da nova política -criada em conjunto pelos ministérios do Desenvolvimento, da Fazenda e da Ciência e Tecnologia- será o estímulo às exportações e à inovação tecnológica. Isso para tentar evitar que o déficit nas contas externas se acentue nos próximos anos. O corte de tributos deve ter o caráter mais "horizontal" (igual para todos) possível, beneficiando boa parte dos setores e, sobretudo, novos investimentos. A idéia é estimular a ampliação da capacidade de produção atual das empresas e, ao mesmo tempo, atrair companhias estrangeiras para o país. Também está no foco do governo a redução de custos das operações de exportações. Além da desoneração tributária, o governo também pretende ampliar o financiamento para empresas exportadoras por meio do BNDES. Entre 2008 e 2010, o governo espera que o banco consiga chegar a R$ 210 bilhões (US$ 127,3 bilhões) em financiamentos para os setores industrial e de serviços -incluindo aí o montante destinado às exportadoras.