08/05/13 14h30

Polo do Ciatec é credenciado para verbas estatais

Rede Bom Dia

O polo de alta tecnologia de Campinas (Ciatec 2) foi pré-credenciado pelo governo do Estado no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) na última sexta-feira. A decisão vai permitir que o polo e as empresas instaladas participem do programa estadual de incentivos fiscais, chamado Pró-Parques. As instituições de apoio e empresas de base tecnológicas da área poderão utilizar créditos acumulados de Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) ou usar o imposto para pagamento de bens e mercadorias a serem utilizados na realização de investimentos e no pagamento de ICMS relativo à importação de bens destinados ao ativo imobilizado.

O Ciatec é o quarto parque tecnológico de Campinas a integrar o SPTec, programa destinado a apoiar e dar suporte a iniciativas inovadoras, atrair investimentos e gerar novas empresas intensivas em conhecimento ou de base tecnológica. Já integram o sistema, o Parque Científico da Unicamp, o Pólis — parque instalado no CPqD — e o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI-Tec).

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Samuel Rossilho, informou que a Prefeitura irá em busca de financiamento para instalar a sede do polo e a incubadora de empresas, que hoje funcionam em um barracão no Jardim Santa Cândida, no Ciatec 2. A intenção é ampliar a capacidade de incubação das atuais 25 empresas para 50. Rossilho acredita que o custo para as construções deverá ficar em torno de R$ 15 milhões (US$ 7,5 milhões), valor que a Prefeitura pretende obter junto ao governo do Estado e à Financiadora de Projetos Especiais (Finep).

As terras do parque tecnológico Ciatec 2 se valorizaram tanto, que a Prefeitura começou a analisar a possibilidade de desapropriar uma área para poder instalar o Ciatec 3. O presidente da Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec), Luiz Carlos Rocha Gaspar, disse ontem, em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Municipal, que há nove anos as terras custavam R$ 20,00 (US$ 10) o metro quadrado. Hoje, valem R$ 200,00 (US$ 100), dez vezes mais. O valor foi pago pelo governo do Estado na desapropriação de parte da área do Banco Santander para a instalação do Laboratório Sirius.

Essa valorização, segundo Gaspar, acabou impedindo que empresas de tecnologia com menor capacidade financeira se instalassem no Ciatec 2. “Estamos tratando seriamente para que o terceiro parque seja instalado em terras públicas, porque teríamos condições de garantir acesso a empresas de todo porte”, afirmou. Uma dessas áreas em análise é a de 7 milhões de metros quadrados da 11ª Brigada de Infantaria Leve entre a Avenida Cônego Antônio Roccato (Estrada dos Amarais) e Rodovia D. Pedro I.

Projeto da Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec) pretende atrair para Campinas empresas dedicadas à área de defesa, aproveitando os investimentos federais previstos para o reaparelhamento das Forças Armadas e que implicarão em transferência de tecnologia, como é o caso da compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) e o desenvolvimento de tecnologia do submarino atômico.

O Ciatec 2 está em vias de esgotamento e há apenas 800 mil metros quadrados que ainda poderão ser comercializados e que já contam com interessados. A próxima empresa a se instalar no polo é a UOL, que adquiriu terras no Ciatec 2 para instalar seu centro de processamento e vai investir R$ 300 milhões (US$ 150 milhões).