10/12/14 13h42

Porto de Santos amplia capacidade de navegação e recebe navios maiores

Valor Econômico

Depois de idas e vindas, o porto de Santos (SP) ampliou a capacidade de navegação e pode receber agora navios com até 13,2 metros de calado (profundidade menos a folga de segurança) em sua maior extensão. Até então, apenas a entrada do porto (o chamado trecho 1) estava apta a atender embarcações com esse calado - mas ali não há terminais em operação.

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) homologou ontem os 13,2 metros nos trechos 2 e 3 do canal de navegação, artificialmente dividido em quatro segmentos durante a dragagem, obra do governo federal. Até ontem, essas regiões podiam atender navios com calado máximo de 13 metros e 12,7 metros, respectivamente. Cada centímetro que se deixa de carregar em uma embarcação de contêiner equivale de sete a oito contêineres a menos. Em um graneleiro, são 100 toneladas.

Juntos, os trechos 1, 2 e 3 equivalem a 20 quilômetros dos 25 quilômetros de extensão do canal. Na maré cheia, quando o nível da água sobe cerca de um metro, o calado máximo permitido será de 14,2 metros. Somente nessa circunstância os três trechos poderão receber os maiores navios em operação na costa à plena carga, visto que eles têm calado máximo de 14 metros.

A última sequência do canal, o trecho 4, subdividido em dois, ainda não teve o calado ampliado na mesma medida porque a verificação da profundidade ainda está em análise. Os terminais ali instalados reclamam de desequilíbrio concorrencial, pois não podem receber navios usando o máximo de sua oferta.

O calado no subtrecho que vai até o terminal da Brasil Terminal Portuário (BTP) aumentou de 12,6 metros para 13 metros, mas, segundo a Codesp, ele já está apto a atender navios de 13,2 metros. A expectativa é que nos próximos dias saia essa validação, equalizando a maior parte do porto pela primeira vez desde o fim da dragagem. A dragagem neste local foi doada pela BTP e pelo Ecoporto, terminais de contêineres que concorrem com instalações localizadas às margens dos demais trechos.

Em nota sobre os novos calados, o presidente da Codesp, Angelino Caputo, disse que isso propiciará igualdade comercial no porto.

As administradoras locais dos portos são, desde a nova Lei dos Portos, responsáveis por oficializar os calados, após aprovação da Marinha. Segundo a Codesp, a profundidade média do porto está hoje em 15 metros. A estatal contratou a empresa Van Oord Serviços de Operações Marítimas em 12 de agosto para manter as profundidades no canal. O contrato é válido por seis meses.

A Codesp foi autorizada pelo governo a contratar dragagens de manutenção para tentar recuperar e conservar ganhos do aprofundamento do canal, obra contratada pela Secretaria de Portos (SEP) dentro do Programa Nacional de Dragagem (PND I), em 2009.

O contrato com o consórcio vencedor, o Draga Brasil, vigorou até 2013. A meta era rebaixar e manter a profundidade em 15 metros. Finalizado o contrato, o objetivo não foi alcançado. Batimetrias demonstraram que o consórcio não manteve a profundidade de projeto, à época validada pela Marinha entre 14,5 metros e 14,9 metros.