Preço atrativo impulsiona colheita de amendoim
Diário da RegiãoProdutores de amendoim do Noroeste paulista, principal região produtora do Estado, estão iniciando a colheita com as perspectivas de preços atrativos, em cenário semelhante ao da valorização de grãos, como o milho e a soja. Com a comercialização da saca de 25 quilos a R$ 100, produtores da região se animaram com a lucratividade do setor e investiram em novas áreas de plantio. Em levantamento realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), a previsão para a safra de 2021 é de um aumento de 6,1% de área plantada de amendoim, em comparação à temporada passada.
A estimativa de previsão de safra do IEA apontou que em relação à safra agrícola passada, espera-se aumento de área plantada de amendoim que totaliza 163,5 mil hectares no estado de São Paulo, 6,1% a mais do que se plantou da leguminosa no ciclo passado. A expectativa de produção, conforme o Instituto, é de 642 mil toneladas (25.676 mil sacas de 25 kg), com ganhos de 2,7%. "Os aumentos de produção estão mais por conta da maior área plantada, já que o rendimento esperado de 3.926 quilos por hectares apresenta-se 3,2% inferior a 2020, justificado pela época pouco chuvosa", dizem os pesquisadores do IEA.
O plantio do amendoim, que ocorre normalmente a partir do mês de outubro, foi adiado para os meses de novembro e dezembro, em decorrência da falta de chuvas em diferentes áreas de cultivo da cultura no estado paulista, responsável por 90% de toda a produção do amendoim brasileiro. E de acordo com a análise do IEA, as condições inadequadas para o plantio devem interferir na produtividade da safra de amendoim deste ano.
O produtor rural José Raul Janini conta que aumentou a área do amendoim, em propriedade rural de Monte Aprazível e que, embora tenha iniciado com atraso de plantio, está satisfeito com a produção da safra de 2021. "Começamos a colheita e acredito que, mesmo com o atraso do plantio teremos uma boa safra. Em termos de produtividade será mais baixa, por causa do clima, mas os preços da saca que eram de R$ 60 na safra passada, neste ano estamos comercializando a R$ 100", pontua.
Segundo Janini, as perspectivas da safra do amendoim para este ano devem atender altas demandas do mercado interno e externo, "mas acredito que 80% da produção do amendoim brasileiro seguem para a exportação". A colheita precisa ser em ritmo mais acelerado na avaliação do produtor rural, já que começa a faltar o produto no mercado. "A cultura do amendoim é bem mais complexa do que a da soja e do milho, exigindo bastante conhecimento do produtor, e por isso ainda temos que avaliar muito bem as condições climáticas para a colheita", lembra Janini.
Satisfeito com a perspectiva de uma safra bem valorizada, o produtor rural Lucas Penariol, de José Bonifácio, aumentou cerca de 150 hectares de área plantada do amendoim. "Os preços estão ajudando bastante, apesar de os preços dos insumos serem mais elevados do que na safra passada", afirma Lucas, que possui um total de 1.200 hectares plantados de amendoim nos municípios de Penápolis, Glicério, Barbosa e Getulina, além de José Bonifácio.
Apesar das incertezas com as condições climáticas para o bom desenvolvimento da lavoura, Lucas também iniciou a colheita, e destaca as etapas necessárias para a retirada das ramas e depois para colher o amendoim. A falta de regularização de chuvas ainda atrapalha um pouco o trabalho no campo, de acordo com Lucas, pelo fato de a máquina não conseguir retirar a planta do solo, caso esteja chovendo muito ou se o solo estiver muito seco, o que pode dificultar a colheita.