17/07/08 15h37

Procura por reboques cresce 40% até junho

Valor Econômico - 17/07/2008

Acompanhando o ritmo de crescimento da produção de caminhões no país, os fabricantes de implementos rodoviários encerraram o primeiro semestre deste ano com produção 40% superior à registrada no mesmo período do ano passado. Tal desempenho já fez com que as estimativas de crescimento para o ano fossem revistas de 10% para até 25% sobre o total produzido em 2007. Na opinião de Rafael Wolf Campos, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), o resultado é reflexo sobretudo do avanço dos setores agrícola, sucroalcooleiro, minerador e de construção civil. Ao todo, o setor produziu de janeiro a junho 30.211 unidades de reboques e semi-reboques e outras 31.939 carrocerias. Quase 80% do mercado é detido pela Randon, Noma, Facchini e Guerra. A previsão para o fim do ano é de que sejam fabricadas mais de 50 mil unidades de reboques e semi-reboques, o que significaria um avanço de 25% sobre o ano passado, quando a produção desses modelos chegou a 40 mil unidades. Ainda conforme os dados da Anfir, o modelo mais comercializado no primeiro semestre foi o graneleiro, com 10.327 unidades. Em paralelo, no mesmo período, a produção de caminhões no país cresceu 34,6% e atingiu 61.775 unidades, entre modelos semileves, leves, médios, semipesados e pesados, de acordo com o último balanço divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Campos explica que a perspectiva de um crescimento inferior a 40% no segundo semestre deve-se principalmente a dois fatores: a base de comparação do ano passado é considerada alta; e ainda não é possível prever o impacto das recentes elevações na taxa básica de juros no consumo dos implementos rodoviários. Além dos juros e da alta produção verificada no segundo semestre de 2007, Wolf acredita que a redução do percentual financiado pelo BNDES via Finame e o repasse dos aumentos de matérias-primas possam impactar as vendas do setor. Até o fim do primeiro semestre, a linha de crédito do BNDES financiava 100% de um equipamento. Mas neste mês, o percentual foi reduzido para 80%. Em relação aos reajustes de preços, Wolf informou que desde o início do ano já foram repassados aumentos de 10% a 30%, dependendo do produto. "Contamos com a possibilidade de novos reajustes no segundo semestre", disse.