02/07/10 14h57

Produção de máquinas tem a 14a alta consecutiva

Folha de S. Paulo

Em seu conjunto, a indústria estagnou de abril para maio, mas o detalhamento dos dados mostra um avanço na produção de bens de capital, sinal do crescimento dos investimentos na economia. A categoria que agrega a produção de máquinas e equipamentos cresceu 1,2% na comparação livre de influências sazonais - a 14ª taxa consecutiva de expansão. Já o total da indústria - afetada pela freada na produção de bens de consumo - mostrou estabilidade de abril para maio. Por outro lado, registra alta de 14,8% na comparação com maio de 2008 - sob influência da fraca base de comparação dos cinco meses iniciais de 2009. De janeiro a maio, a indústria acumula avanço de 17,3% - o maior para o período desde o início da pesquisa do IBGE, em 1991.

Passada a crise, as indústrias voltaram a investir no "aumento de capacidade produtiva", diz André Macedo, economista do instituto. Com abertura de novas unidades, ampliações e modernizações, a capacidade instalada cresce, e cai o risco de pressão inflacionária. De olho nos dados da indústria, o Banco Central calibra sua política monetária e poderia até optar, diante da retomada dos investimentos, por alta mais branda dos juros. "O BC não vai mudar sua trajetória de alta da Selic. A economia continua aquecida", diz Rafael Bacciotti, analista da Tendências.

Apesar do bom desempenho, a produção de bens de capital fechou maio com queda de 2,4% na comparação com seu patamar recorde, de setembro de 2008. Dentre os bens de capital, os destaques, em maio, ficaram com os destinados à construção civil, à própria indústria e ao transporte. Já a queda de bens de consumo semi e não duráveis (-0,9%) reflete a menor produção de gasolina, com da parada de refinarias e da retração pontual do setor farmacêutico e de alimentos.