12/01/11 10h55

Produção de SP sobe 1,4% em novembro

Valor Econômico

A produção industrial do país em novembro foi diretamente influenciada pelo resultado da indústria paulista, que responde por cerca de 40% do total, de acordo com o gerente da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Luiz Macedo, que divulgou ontem o resultado regional da produção industrial. Em novembro do ano passado, na comparação com outubro, a produção industrial em São Paulo apresentou a segunda maior influência positiva para o resultado nacional, ao subir 1,4%, atrás apenas do Paraná, que cresceu 11,5% no mês. No mesmo período, a indústria nacional ficou praticamente estável, com queda de 0,1%, já que metade dos Estados pesquisados apresentou queda e a outra metade ficou positiva.

O resultado paranaense tão elevado deve-se à baixa base de comparação, já que no mês anterior a indústria naquele Estado havia caído 9,6%. Essa forte oscilação deve-se ao setor de edição e impressão, já que a produção de livros trabalha sob encomenda. Na comparação mensal, outras influências positivas foram do Rio Grande do Sul, com alta de 8,3%, e do Rio de Janeiro, com avanço de 5,5%. Na ponta negativa, a maior influência foi registrada pela indústria baiana, que apresentou queda de 8,1%. Esse resultado foi influenciado pela paralisação em unidades industriais do setor de produtos químicos. Consequentemente, o resultado do Nordeste como um todo foi negativamente influenciado, apresentando retração de 5,8%, seguido por Minas Gerais (-2,5%) e Espírito Santo (-3,1%).

Principal indicador para mensurar a tendência da produção industrial, a média móvel trimestral em novembro apresentou um resultado nacional praticamente estável, com avanço de 0,1%. O Rio de Janeiro teve destaque, com alta de 1,6%, devido à indústria de transformação, entre veículos automotores, bebidas e farmacêuticos. De acordo com André Macedo, do IBGE, São Paulo acompanha o desempenho nacional, por ter uma indústria mais diversificada. Com isso, a média móvel da produção industrial do Estado foi também praticamente estável, com ligeiro avanço de 0,2% em novembro, na comparação com outubro.

No país, a estabilidade nos últimos meses é fruto de maior presença de importações, e "com alguns setores com nível de estoque acima do desejável". Entre as importações, que afetam a competição da indústria nacional, os principais setores que sofrem são eletroeletrônico, calçados, têxtil e metalúrgico. A menor presença em exportações, porém, também afeta a indústria do país, principalmente em São Paulo no caso do setor de celulares. Segundo o gerente do IBGE, o setor tem hoje menor presença externa, devido a uma demanda mais baixa dos outros países e também em decorrência da relação cambial, que desfavorece as exportações.